Dezenas de milhares de manifestantes que exigem a renúncia do presidente Mohamed Mursi estavam reunidos na praça Tahrir do Cairo, a menos de uma hora do fim do ultimato anunciado pelas Forças Armadas contra o chefe de Estado islamita.

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“Saia!”, gritavam os manifestantes a Mursi, que na terça-feira descartou o ultimato e disse que não pretende renunciar.

– O discurso nos estimulou ainda mais a pedir sua saída – disse Maher, um manifestante de 55 anos, em entrevista à AFP.

– Permaneceremos na praça Tahrir até que vá embora e será hoje, se Deus quiser – completou.

Muitos manifestantes exibiam cartazes com frases como “Mursi, saia” ou pedidos de “Água, eletricidade, combustível”.

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Ruaya, 19 anos, que usava o véu islâmico, criticou o discurso de Mursi, que citou a “legitimidade” obtida na primeira eleição democrática da história do país.

– Repetiu pelo menos mil vezes a palavra legitimidade, como se nós não existíssemos. A legitimidade depende do povo, que hoje protesta em todos os lados contra ele – disse Ruaya.

– Hoje as Forças Armadas são a única instituição que nos protege – disse Abir, de 40 anos.

Manifestações contra Mursi também aconteciam em cidades como Alexandria (norte) e Port Said, no Canal de Suez.

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Desde o início dos protestos, no domingo, foram registrados quase 100 casos de agressões sexuais na praça Tahrir e seus arredores, denunciou a organização Human Rights Watch