Nesta segunda-feira, o estado de greve decretado pelos servidores municipais completa 20 dias, desde que, em assembleia na Câmara de Vereadores, decidiram rejeitar a primeira proposta de reajuste salarial da administração municipal referente à campanha de 2015.
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Neste período, sucessivas rodadas de negociações aconteceram no gabinete do prefeito Udo Döhler, e a greve, por mais de uma vez, esteve em vias de estourar.
Na última reunião da Prefeitura com os dirigentes do Sindicato dos Servidores Públicos de Município de Joinville (Sinsej,) contudo, a história toda parece ter se desenhado para um capítulo decisivo, que tem lugar nesta segunda-feira no que pode ser a assembleia definitiva para decidir se haverá ou não paralisação em Joinville.
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Isso porque na última quarta-feira a administração municipal recebeu os representantes do Sinsej com um tímido avanço em sua proposta à categoria. Foram oferecidos 9% de reajuste salarial no lugar dos 8,34% que representam a inflação calculada desde o último reajuste. Pela proposta, o novo valor vem parcelado nas folhas de maio, agosto e novembro. Este número representa 0,66% de ganho real, que em longo prazo recuperaria a perda causada pelo parcelamento.
Outra nova proposta da Prefeitura diz respeito ao vale-alimentação, cujo reajuste anual pela inflação já é garantido em lei, em que o prefeito Udo Döhler ofereceu a elevação dos atuais R$ 234,36 para R$ 260, o que significa um reajuste de aproximadamente 11%. De acordo com o prefeito, as novas pautas propostas pela Prefeitura representam um esforço da administração para atender, dentro das possibilidade, aos itens cabíveis na pauta de reivindicações dos servidores.
Valorização da categoria
Por outro lado, a direção do sindicato entende que a proposta apresentada na última terça comprova que há condições de valorizar ainda mais a categoria.
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– Na prática, o parcelamento continua mantido até o fim do ano. Agrupar parcelas não vai diminuir o prejuízo com esse parcelamento, implica perda salarial. A categoria fez esforço ao flexibilizar as reivindicações, esperávamos uma contraproposta mais audaciosa – criticou o presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter, em comunicado oficial.
Antes de a nova proposta chegar à mesa do Sinsej, o sindicato foi categórico ao dizer que a greve dificilmente seria evitada se não houvesse qualquer tipo de ganho real. Agora, a Prefeitura defende que o reajuste pela inflação em três parcelas tem menor impacto para o bolso do servidor e cumpre o objetivo do município de contemplar a categoria com o índice inflacionário.
Para Sinsej, bola está com a Prefeitura
Como a próxima assembleia está marcada para hoje, quando será novamente colocada em votação a possibilidade de greve, o discurso do sindicato é o de que a bola ainda está com a Prefeitura. O Executivo argumenta que não há margem para uma proposta melhor porque a administração tem de lidar com a queda na arrecadação.
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Em fevereiro, Udo Döhler falou em entrevista que 2015 não permitiria que a Prefeitura tivesse qualquer margem de reajuste salarial além da inflação. Foi o que bastou para contrariar o sindicato, que desde então entrou na cruzada pela campanha salarial, já diante de uma negativa da administração municipal. Na Prefeitura, a ideia é de que já existiram avanços desde o início da administração, em 2012.
– Algumas reivindicações da categoria, apesar de parecerem simples à primeira vista, têm bastante impacto nos cofres municipais. A receita do município caiu e a despesa aumentou. Houve aumento real no ano passado, mas não poderíamos prever a recessão econômica nacional de 2015 – defendeu Udo.
Do outro lado da mesa, o Sinsej argumenta que houve queda de comprometimento da receita do município com a folha de pagamento de 46,2% para 44,6%, além de criticar os investimentos com ampliação da Arena Joinville e a retomada do programa de pavimentação e a assinatura de contratos com o BID e o Fonplata, que exigem contrapartida da Prefeitura.
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– O avanço que o prefeito está propondo é muito pequeno no comparativo de tudo que ficou sem resposta. Ainda há uma pauta inteira que não foi respondida pela administração municipal – criticou Beathalter.