Um crime ocorrido há menos de um ano, que chocou a população do Vale do Itapocu, teve um desfecho na tarde desta terça-feira.

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Gilberto Ludvichak, que confessou ter matado a adolescente Claudiane Sala, de 15 anos, foi condenado a 18 anos e 8 meses de prisão. Ele vai cumprir pena de 17 anos por homicídio duplamente qualificado, e mais 1 anos e 8 meses por ocultação e destruição de cadáver.

A família protestou contra a sentença. Eles esperavam uma pena maior para Ludvichak. A defesa vai recorrer do resultado dentro do prazo legal, de cinco dias. O Ministério Público também vai avaliar a sentença.

O julgamento começou às dez horas da manhã desta terça-feira, no Fórum de Guaramirim, e terminou pouco depois das 15 horas.

A jovem era cunhada do assassino. O corpo de Claudiane foi encontrado queimado em um bananal, em Guaramirim. A DIC conseguiu recolher provas e prender o suspeito um mês e meio depois do crime.

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Pouco antes do início do julgamento, os familiares de Claudiane chegaram ao local vestindo camisetas brancas com uma foto da adolescente estampada.

Bastante comovida, a mãe de Claudiane, Oliva Sala, comentou estar agoniada e que esperava uma pena de 40 anos de prisão para o culpado.

O advogado de defesa, indicado pelo Estado, Dagoberto Bueno Filho, afirmou, antes do julgamento, que iria buscar esclarecer as dúvidas que ficaram no processo, como se houve intenção de Ludvichak matar a jovem.

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Já o promotor Thiago Alceu Nart disse que, para ele, não havia dúvidas de que o réu teve a intenção de matar, por isso o Ministério Público tentaria a condenação por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

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Durante o julgamento, Ludvichak disse que não mantinha relações com a jovem e que, no dia do crime, havia dado carona porque ela se encontraria com outro rapaz. Segundo ele, foram ao motel “passar o tempo”, enquanto ela aguardava o encontro com essa terceira pessoa.

Lá, os dois teriam discutido por causa de problemas familiares. Durante a briga, Ludvichak teria empurrado Claudiane, que bateu a cabeça na cama e acabou morrendo. Segundo ele, não havia a intenção de matar a menina e, por medo, escondeu o corpo. Essa foi a quinta versão que o reú apresentou sobre o caso.

A estratégia do promotor foi de salientar as diversas versões apresentadas por Ludvichak no decorrer do processo – foram três para o delegado e uma para a juíza -, mostrando os vídeos com os depoimentos.

O defensor do réu utilizou a estratégia de que o crime foi acidental e usou como argumento o resultado da perícia do IML, que apontou não haver vestígios de uso de perfurações de armas cortantes ou arma de fogo.

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Relembre o caso

Gilberto Ludvichak, de 35 anos, era cunhado da adolescente e confessou o crime. Claudiane Sala, de 15 anos, foi encontrada morta no dia 28 de setembro de 2014, após quase uma semana de desaparecimento .

A investigação foi conduzida pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Jaraguá do Sul. Segundo relatório da DIC, cerca de 30 pessoas foram ouvidas. Foi descoberto que Gilberto mantinha contato diário com a jovem e que diversas mensagens telefônicas foram trocadas entre eles.

A investigação apurou que, no dia do crime, Gilberto estava nas proximidades do local onde o corpo foi encontrado, antes mesmo do horário de seu trabalho. Esse foi o indício que levantou as suspeitas sobre o cunhado. Houve ainda informações de que ele já teria assediado a menina.

Inicialmente, Gilberto negou as acusações, mas, após ser confrontado com as provas, ele confessou o crime. Segundo o relatório da DIC, Gilberto teria contado que ofereceu uma carona para a adolescente e, no caminho, a levou para um motel. Como a jovem se negou a manter relações sexuais, ele a empurrou.

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Claudiane teria batido a cabeça, resultando em sua morte. O cunhado colocou o corpo no porta-malas de seu carro e o jogou em uma área de mato no bairro Caixa D’Água.