Assim como a alta de 11,5% dos homicídios, Santa Catarina convive este ano com aumento no número de roubos, quando o criminoso pratica o crime mediante ameaça e ou uso de violência. São mais de 14 mil nos nove primeiros meses, o que representa uma média de 51,8 casos por dia. O crescimento é de 7,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram computados 13.054 assaltos. Isso significa que foram 958 roubos a mais em 2016.
Continua depois da publicidade
A cena na manhã de sexta-feira de bandidos fortemente armados lançando um caminhão contra um carro-forte, bloqueando a movimentada BR-280, em Araquari, e atirando contra vigilantes e policiais, constitui o extremo de uma violência que se faz presente no dia a dia das pessoas em geral.
Pedestres, comerciantes e moradores em suas casas têm sido vítimas constantes nos últimos anos no Estado. Os pedestres foram as principais vítimas, pois houve 6.454 assaltos contra eles este ano em algum ponto de SC. É a maior quantidade nos tipos de roubos listados pela estatística da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Depois, aparecem os roubos de veículos: 2.558 crimes em 2016. Na terceira posição estão os roubos ao comércio: 2.108 casos.
No quadro estatístico fornecido diariamente pela SSP aos policiais civis e militares, não consta a porcentagem do esclarecimento dos roubos nos últimos anos, diferentemente do que acontece em relação aos homicídios, onde a secretaria divulga o percentual da apuração de autoria.
Continua depois da publicidade
Ataques a banco no interior
Pelo interior, chama a atenção a continuidade dos ataques a bancos em cidadezinhas pequenas com baixo efetivo policial, apesar das seguidas prisões de quadrilhas especializadas pelas polícias Civil e Militar.
Na madrugada da última quarta-feira, em Doutor Pedrinho, com 3.990 habitantes no Vale do Itajaí, assaltantes que explodiram os caixas eletrônicos do Banco do Brasil colocaram uma árvore na rodovia e “miguelitos” (pregos retorcidos) para dificultar a passagem da polícia.
Explosivos falharam e quadrilha não levou dinheiro no ataque a carro-forte em Araquari
Os fatores na visão de especialista
— Não acredito que o aumento seja em razão da crise econômica. A questão principal é um problema de segurança pública e estrutural nos presídios. Temos ainda o índice de reincidência que é grande. O preso quando sai do presídio não encontra assistência, sai desamparado e volta ao crime — ilustra o advogado especialista em ciências penais e da comissão de assuntos prisionais da Ordem dos Advogados do Brasil/SC, Marlon Formigheri.
Continua depois da publicidade
Na opinião de Formigheri, ainda há a questão das facções criminosas nos presídios que fazem o preso ter de pagar dívidas quando deixa a cadeia, além daqueles roubos praticados por usuários de drogas que roubam para alimentar o vício.
— Há necessidade de mais investimentos em segurança pública — alerta o especialista.
O que disse a Secretaria de Segurança Pública:
“Em Santa Catarina, apesar do aumento das ocorrências de roubo, tal índice é menor que nos anos anteriores. No período de 01/01/2014 a 25/09/2015 o aumento foi de 14,5%. Já de 01/01/2015 a 25/09/2016 tal aumento foi 7,3%, apontando, assim, maior efetividade no combate a este delito. Em Florianópolis houve redução de 7,5% das ocorrências de roubo em geral. No período de 01/01/2016 a 23/09/2016 foram 1684 ocorrências contra 1821 em 2015, no mesmo período”.
Sobre os ataques a bancos, a SSP afirmou que “apresentaram queda de 21,3% de janeiro a cinco de outubro e que em 67,1% dos municípios catarinenses não houve ocorrências sobre esse crime (198 municípios)”. A SSP ressaltou ainda que em 19,6% dos municípios catarinenses (58 municípios) houve apenas uma ocorrência registrada este ano de assalto a banco. Por fim, a SSP destacou que em 2016 houve 949 prisões em flagrante no Estado, um aumento de cinco prisões em relação ao mesmo período do ano passado.
Continua depois da publicidade