Assaltos em Florianópolis têm relação com prisão de chefes do tráfico do PGC

A prisão de chefes do tráfico de drogas em comunidades de Florianópolis está diretamente relacionada à alguns assaltos recentes na Capital. A informação é da Polícia Civil. O último deles aconteceu nesta quarta-feira, numa joalheria de shopping. Foi o segundo roubo no mesmo tipo de estabelecimento, em dois dias, na região.

Na segunda-feira, a joalheria Dumond, no Continente Park Shopping, em São José. Os dois crimes não têm conexão. O primeiro foi praticado por profissionais. O assalto desta quarta, por dois adolescentes, sendo um deles suspeito de atirar contra um policial rodoviário federal, no último dia 9.

Sem liderança para organizar a compra de entorpecente para ser revendido nas bocas da parte central da cidade, a droga está acabando. As cargas de cocaína e maconha são adquiridas com atrevessadores por meio de consignação.

Como os chefes do tráfico e seus principais comparsas estão encarcerados, não existe gente qualificada nas quadrilhas para fazer a movimentação. O dinheiro também chegou ao fim. Por isso, alguns assaltos estão sendo praticados. Para levantar o caixa dos grupos criminosos do Centro, quase todos ligados ao Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

É o caso do assalto, nesta quarta de manhã, na joalheria Quevedo, no Floripa Shopping, na SC-401, Norte da Ilha. Os dois adolescentes armados, de 15 e 16 anos, apreendidos pela Polícia Militar durante a fuga levando mochilas com anéis, relógios e correntes, momentos depois do crime, moram na Vila Santa Vitória.

A comunidade fica entre os morros do Horácio e do 25, no Maciço do Morro da Cruz. O chefe do tráfico local está preso na Penitenciária de São Pedro de Alcântara e o comércio de droga, enfraquecido.

De acordo com a Polícia Civil, o assalto desta manhã é o terceiro crime que a dupla é suspeita de cometer, este mês. No dia 9, um deles teria atirado contra um policial rodoviário federal, que estava de folga, comprando pão na padaria que os adolescentes tentaram roubar, no Córrego Grande. O segundo, dia 19, foi o roubo à uma lotérica da Trindade, no qual eles teriam levado cerca de R$ 11 mil.

No boletim de ocorrência do roubo no Floripa Shopping, registrado na 6a DP da Capital, consta que o adolescente de 15 anos, natural de Brasília, disse que viu um assalto parecido na TV e decidiu fazer um igual porque estava precisando de dinheiro.

Policiais acreditam que é o roubo à joalheria no Continente Park Shopping, na última segunda-feira. O crime está sendo investigado na 1a DP de São José. Por enquanto, nenhum dos envolvidos foi identificado.

A Polícia Civil nega que é o começo de uma onda de assalto na região, mas está monitorando.

– São casos pontuais. Não é uma onda deste tipo de crime. Mas estamos alertas e prontos para ajudar as delegacias de área se precisarem – observou o diretor da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Akira Sato.