O subgerente da unidade de Blumenau do Giassi Supermercados, Luciano André Wendhausen, diz que ainda não percebeu uma mudança significativa de comportamento de consumidores. No entanto, ele explica que famílias assalariadas tendem a comprar de uma só vez:
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– Elas vêm nos 10 primeiros dias do mês para fazer rancho. Quem tem poder aquisitivo maior frequenta o mercado mais vezes.
A população que já era economicamente ativa no período da inflação descontrolada é, em geral, a que conserva o hábito de comprar de forma concentrada, conta José Álvaro Cardoso, supervisor técnico do escritório de Florianópolis do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
::Inflação incentivou a volta do rancho
Cardoso acredita que as notícias negativas relacionadas a juros e inflação, apesar de não serem graves, influenciam. A taxa Selic tem sofrido aumentos desde 2013 e em Blumenau a cesta básica teve alta de 4,95% no mês passado. Apesar de ainda ser um cenário controlado, o público, mesmo que inconscientemente, liga os fatos à época da hiperinflação, avalia Cardoso.
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O pensamento do supervisor técnico do Dieese é compartilhado por Paulo Cesar Lopes, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Blumenau e presidente do Supermercado Central. Ele tem percebido movimento anormal no período de pagamento dos trabalhadores:
– Tenho a impressão que mais pessoas estão fazendo rancho. Mas é preciso ver se elas vão continuar ou se é algo momentâneo.
No supermercado no Salto Weissbach em que Josinei Alves é gerente ainda não foi sentida a mudança de hábito dos consumidores.
3 O fato é que realmente neste ano há mais reajuste de preços. Tem marcas que já aumentaram o preço três vezes desde janeiro – observa.
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