Apostando na bondade alheia, o grupo de palhaços que se autointitulava Mensageiros do Amor arrecadou até R$ 60 mil por mês nos semáforos de Florianópolis. A professora Lígia Luchmann afirma que dar dinheiro é uma forma mais fácil de incentivar a buscada justiça social e exige menos envolvimento das pessoas, que se sentem contribuindo por uma sociedade melhor.
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Diário Catarinense – Por que as pessoas doam dinheiro para desconhecidos?
Lígia Luchmann – O que leva é a boa vontade das pessoas. Elas acreditam que o dinheiro doado vai contribuir.
DC- Mas por qual motivo a maioria das pessoas que dão dinheiro não dedicam tempo a uma causa social?
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Lígia – Não existe um padrão no comportamento humano. Ao fazer a doação a pessoa se desfaz de pouca quantia e tem a sensação de contribuir. A tendência de participar de uma instituição é menor porque envolve mais dinheiro e tempo em uma entidade. São participações diferentes, com pesos diferentes.
DC – É uma forma das pessoas diminuírem uma culpa ou se sentirem envolvidas?
Lígia – De alguma forma acontece isso e aparece um alívio de que, de alguma forma, a pessoa contribuiu.
DC – Mas há casos de gente que não doa dinheiro em sinais. Por quê?
Lígia – Existem três motivos. Um é porque há muita desconfiança, muito escândalo e isto cria uma descrença social. Há o aspecto ideológico das pessoas que acreditam em não dar o peixe, mas ensinar a pescar. Por último, as pessoas entendem que a filantropia não contribui para melhorar a sociedade e defendem a politização.
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