Vitória por 3 a 1 diante do América/RN, 100% de aproveitamento em casa, vice-liderança da Série B do Brasileiro. Motivos suficientes para deixar o torcedor em lua de mel com o time, certo? Errado. Na verdade, a resposta está errada para dois jogadores com muita história dentro do JEC: Ricardinho e Lima. Na noite de terça, a dupla sentiu na pele a pressão das arquibancadas.
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Lima recebeu vaias durante o jogo e chegou a ser aplaudido de forma irônica, quando conseguiu roubar uma bola no meio-campo. Para Ricardinho, as vaias não chegam a ser novidade. Desde o ano passado, a relação entre o camisa 8 e a torcida anda estremecida. Apesar do desgaste da dupla, o técnico Arturzinho já avisou:
-Não vou entregá-los às feras.
A frase, dita na entrevista coletiva após o jogo de terça-feira, é um grande indicativo de que, mesmo com a pressão, os dois atletas serão titulares do JEC no jogo desta sexta-feira, contra o Avaí, às 21h50, na Ressacada, em duelo válido pela quinta rodada da Série B. Segundo Arturzinho, curvar-se a estas vaias pode ser prejudicial ao elenco.
-Se eu ceder a esta pressão, vou perder o grupo. Precisamos dar moral para estes jogadores, apostando neles e dando oportunidades-, observou.
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Quem também está ao lado da dupla é o presidente do Joinville, Nereu Martinelli. Na opinião do dirigente, a bronca das arquibancadas não tem sentido.
-É uma injustiça o que estão fazendo com o Lima e com o Ricardinho. São jogadores que ajudaram o Joinville a crescer. São ídolos. Ninguém faz mais de 120 gols à toa num clube. O Ricardinho foi o capitão da Série C. É uma grande injustiça-, repetiu, seguidamente.
Ricardinho atuou pela primeira vez na Série B na terça-feira. Antes, por causa de uma lesão, deu espaço a Arthur Maia. Contra o América/RN, chegou a participar do primeiro gol tricolor, quando lançou bola na área desviada por Sandro e concluída por Ronaldo. Nem assim os torcedores pouparam o jogador, vaiado depois de alguns erros de passe.
O caso de Lima é diferente. O segundo maior artilheiro da história do clube entrou em choque com Artur Neto – primeiro treinador do JEC na temporada. Na época, havia pedido um afastamento de dez dias para se condicionar fisicamente.
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Além de desagradar ao então técnico, Lima dividiu a torcida do Joinville. De lá para cá, oscila bons e maus momentos. Nos últimos dez jogos, marcou apenas uma vez e tem a pior média de gols desde a sua chegada ao clube, em 2008.