Um museu do automóvel ou um centro cultural? As duas propostas de uso para a antiga Agência Ford de Joinville saíram das salas de aula e viraram projetos de conclusão da graduação de duas arquitetas joinvilenses. Tanto Ana Paula Jauregui, 23 anos, quanto Gabriela Hanna Tondo, 25 anos, acreditam que o prédio de 60 anos tenha potencial para ser item do roteiro turístico da cidade.

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– A construção fica em lugar valorizado, uma área viva durante o dia, mas morta à noite, o que acaba atraindo o vandalismo contra o patrimônio. É preciso dar um uso que traga visibilidade para este lugar – avalia Ana Paula.

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O trabalho de Ana Paula, formada pela UniSociesc, une um sentimento de sua família – a paixão pelos automóveis – com a recuperação do uso original do imóvel. Ela buscou inspiração em Buenos Aires, na Argentina, para elaborar uma proposta de museu que contasse desde o surgimento da roda até as expectativas para os carros do futuro. Em visitas ao espaço, a arquiteta observou que a estrutura do prédio continua em boas condições e que o maior problema está na fachada, nas janelas modificadas e portas com a passagem obstruída.

A ideia de Gabriela, formada pela UFSC, é resgatar a edificação e devolver à cidade parte da sua identidade, de forma com que a construção volte a se integrar à vida urbana.

– A antiga Prefeitura está na memória coletiva da cidade, é uma referência quando aquela via é citada – argumenta a jovem arquiteta.

A proposta de centro cultural – com salas de cinema, estúdio de gravação, estúdio de fotografia, midiateca e espaços de convivência – vai ao encontro do que foi apresentado em 2008 pela Associação de Cinema de Joinville e Região (Acinej). A entidade lutou durante quatro anos para transformar o lugar em um complexo cinematográfico, com estúdios de gravação, salas de exibição, biblioteca, entre outras iniciativas que teriam a parceria de outras associações culturais de Joinville. Segundo o fotógrafo Alceu Bett, o projeto chegou a ser concluído e conquistou o apoio do presidente da Fundação Cultural da época, Rodrigo Bornholdt. Em 2009, houve até cerimônia para anunciar a decisão, mas os planos mudaram na gestão seguinte, passando para a Agência Municipal de Água e Esgoto (Amae) a possibilidade de ocupação do prédio.

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– Continuamos com a esperança de o projeto sair do papel. É um assunto sempre mantido na pauta de discussões – afirma Alceu, que estima que, com um local para a realização do complexo cinematográfico, a produção audiovisual poderia crescer 600% em Joinville.