O destino da esquina da rua Max Colin com a Dr. João Colin já foi motivo de manifestação pública, tema de intervenção urbana, alvo de vândalos, “casa” de moradores de rua, pauta de sessões da Câmara de Vereadores e dor de cabeça para a administração de Joinville. Desde que foi comprado pela Prefeitura, em 2003, após 24 anos alugado para serviços públicos, o prédio de torre imponente não teve outro uso senão o de depósito – para a lamentação dos amantes da história e dos protetores do patrimônio arquitetônico. De símbolo do poder, a construção, aos poucos, foi enfeando a paisagem central, enquanto o uso não é definido e a fila de interessados só cresce.

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Embora o grafite, presente desde 2013, dê cores e torne a fachada “mais simpática”, a sujeira, o limo e as rachaduras não escondem o abandono que perdura há dez anos. Dentro do imóvel, apesar do pó e do lixo, equipamentos públicos e caixas de documentação da Prefeitura preenchem o vazio do local que foi Agência Ford, estação rodoviária e prefeitura. Tombado pelo Patrimônio Histórico municipal em 2005, o imóvel de uma das esquinas mais movimentadas de Joinville, conhecido hoje como o da “antiga Prefeitura”, foi disputado por entidades culturais e departamentos públicos em diferentes gestões municipais.

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O destino da edificação está no centro de uma queda de braço que envolve não só a concessão do espaço, mas a onerosa recuperação. No ano passado, a atual gestão decidiu que o local abrigará departamentos da Secretaria de Proteção Civil e Segurança Pública. O secretário da pasta, Francisco José da Silva, está confiante na mudança para o prédio histórico e acredita que até o primeiro semestre de 2015 o Instituto de Trânsito e Transporte (Ittran), a Defesa Civil e a Guarda Municipal estarão atendendo no novo endereço.

– A antiga Prefeitura é hoje o prédio público de tamanho e localização mais adequados para receber estes departamentos, potencializando nosso atendimento – justifica.

O projeto de reabilitação do espaço é elaborado pelo Ippuj e ainda não tem prazo para ser concluído. Enquanto isso, mobiliários públicos são empilhados onde funcionou a oficina da antiga concessionária. O prédio, no qual folhas de papel pardo foram coladas às vidraças, ainda serve de depósito para caixas de documentos.