A partir de maio, Jaraguá estará entre as 821 cidades de todo o país a participarem de um estudo de vulnerabilidade a desastres naturais. O levantamento começa no dia 13 e será conduzido por técnicos do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina (Ceped/UFSC). Eles vão analisar que obras de prevenção devem ser feitas em 19 áreas consideradas mais vulneráveis a deslizamentos e alagamentos, mapeadas após uma visita de geólogos do governo federal em 2011.

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Nessa nova etapa, será realizada uma pesquisa de campo para levantar que melhorias esses pontos devem receber e se outros locais podem entrar nessa lista. De acordo com o geólogo da Prefeitura, Normando Zitta, 60% do território do município é considerado de alto risco de deslizamentos.

– Jaraguá é uma cidade extremamente suscetível a desastres naturais. Esses estudos complementares vão ajudar a readequar o planejamento estratégico e urbano da cidade, para uso e ocupação do solo -, comenta.

As áreas mapeadas foram atingidas pelas enxurradas que aconteceram desde 2008, ano em que 13 pessoas morreram em alagamentos e deslizamentos.

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O resultado do mapeamento será enviado ao Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), comandado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em Cachoeira Paulista (SP). Com os projetos das obras a serem realizadas nessas áreas em mãos, a Prefeitura poderá solicitar recursos ao governo federal.

O geólogo Marcelo Moreira, do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), órgão coordenado pela Secretaria Nacional da Defesa Civil, ressalta que o mapeamento é resultado de um amplo estudo que vem sendo feito pelo Ministério da Integração Nacional.

– O mapeamento representa uma mudança de visão sobre as políticas públicas da Defesa Civil, agora voltadas à prevenção. Antes, investia-se depois que o desastre acontecia -, destaca.

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Morador aprova o mapeamento

O vigilante Valdecir Severgnini, 39 anos, lembra muito bem quando a rua onde ele mora, a Pedro Winter, no bairro Rio Molha, foi atingida por um deslizamento, em 2011. Na época, parte de um barranco no começo da via não resistiu à forte chuva, assustando os moradores. A via está entre os pontos mapeados para receber obras de contenção.

– Naquele dia Defesa Civil esteve aqui e me perguntaram se eu tinha sido atingido. Graças a Deus não aconteceu nada na minha casa, mas fiquei com bastante medo -, conta ele, que mora no local com a mulher Denise Severgnini, e o filho Vinícius, de seis meses.

Valdecir acha que a avaliação deve garantir mais tranquilidade aos moradores.

Áreas mapeadas

Tifa Theilacker (Amizade)

bairro João Pessoa

Imediações do presídio (bairro Jaraguá 99)

Tifa da Mosca e rua Adolfo Bihr (Jaraguá 99)

rua João Firmino (Vila Lenzi)

rua Lourenço Kanzler (Vila Lenzi)

rua Das Flores (Tifa Martins)

rua Pedro Winter (Barra do Rio Molha)

Feliciano Bortolini (Barra do Rio Cerro)

Ri 03 (Tifa Schubert, bairro Amizade)

rua Maximino Beber (Santo Antônio)

rua Gustavo Lessmann (bairro Vieira)

rua 1082 (Três Rios do Norte)

RI 118 (Estrada Nova)

RI 85 (Barra do Rio Cerro)

rua Antônio Pedro (Ilha da Figueira)

rua Jorge Koheler (bairro Vieira)

ruas Carla Rúbia, 735 e Valdemar Rau (bairro Rau)

Loteamento Fiamoncini (bairro Czerniewicz)