O ritmo de instalação de novas indústrias em Araquari e na Zona Sul de Joinville determinará a expansão e o direcionamento do mercado imobiliário. É o que pensa o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) de Joinville, o engenheiro Vanderlei Buffon.

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– A busca por uma mobilidade urbana de qualidade fará com que os novos moradores, empregados nesses indústrias instaladas na Zona Sul e em Araquari, prefiram viver naquela região – explica.

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Um bom exemplo, diz Buffon, é a atual intensificação das construções destinadas para famílias das classes C e D, que estão ganhando corpo no eixo da avenida Santa Catarina. É uma região que se destaca, justamente, pela facilidade de locomoção e por isso tem atraído as construtoras e os consumidores, avalia o líder empresarial.

Construir na Zona Sul ainda não é a galinha dos ovos de ouro para os empreiteiros. Por praticarem valores de venda mais baixos do que os de regiões já consagradas pelo mercado, como Atiradores, América ou Bom Retiro, vender apartamentos por lá ainda apresenta uma rentabilidade menor para os construtores.

– Mas não tenho dúvidas de que Araquari irá influenciar o desenvolvimento da indústria da construção civil na Zona Sul de Joinville pelos próximos anos – indica Buffon.

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Se for mantida a média de crescimento populacional que a cidade registra desde 2010, Joinville chegará ao final da década com mais de 600 mil habitantes.

Já para imóveis de maior valor, para classes A e B, a aposta do mercado é no bairro Anita Garibaldi. Por lá, existe um bom estoque de terrenos que poderão receber os novos prédios de luxo da cidade.

– O Anita Garibaldi receberá muitas novas construções pelo menos até o final da década – estima.

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Esta é, também, a avaliação do empresário Nivan Correia, da Correia Construtora, uma das poucas especializadas em imóveis de alto padrão na cidade. América, Anita Garibaldi e Atiradores ainda podem oferecer ótimas oportunidades para novos empreendimentos pelo menos até 2020, estima.

A região central acaba sendo mais procurada pelas classes alta e média alta e por isso os valores dos imóveis também começam a subir. Já famílias das classes C e D tendem a procurar bons apartamentos mais afastados, na Zona Sul, por exemplo, comenta Fábio Araújo, diretor da Brain, responsável pela pesquisa Perfil Imobiliário de Joinville.

Rodrigo Manteuffel Alves da Silva, diretor administrativo-financeiro da Anagê Imóveis, explica que os bairros vizinhos ao centro – principalmente Atiradores e América – ainda representam a região mais valorizada.

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– Estes bairros estão muito próximos de escolas, hospitais, comércio, restaurantes e supermercados, além do próprio local de trabalho das famílias. Também possuem um nível de segurança maior que os bairros mais afastados – avalia.

Amandus Zibell Júnior, diretor da Koncreta Imobiliária, explica que a segunda opção são bairros como Bom Retiro, Santo Antônio e Floresta, que também atraem pela boa infraestrutura e sensação de segurança.

Proprietários de primeira viagem

Estes novos moradores também são, na maioria das vezes, proprietários de primeira viagem. Em Joinville, por exemplo, 65% das vendas, indica a pesquisa da Brain, são para quem está comprando seu primeiro imóvel. Os outros 35% são considerados como transferências. Ou seja, ou o comprador está comprando um segundo imóvel ou está trocando o seu por outro.

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Em cidades com mercados mais maduros, como Curitiba, esse índice é diferente. Por lá, também em uma pesquisa realizada pela Brain, o índice de transferência ficou em 45%. Com a verticalização e as facilidades da compra do primeiro imóvel, Joinville registra números muito altos de pessoas que recém estão entrando no mercado.

É por isso também que a maior parte das vendas – ou 50% das delas – está concentrada em apartamentos do tipo econômico ou standard, que têm valores entre

R$ 250 mil e R$ 400 mil.

– Percebemos que os bairros Bucarein e Floresta são considerados bairros dos ascendentes, ou seja, das famílias que estão passando por um bom momento financeiro e estão melhorando de vida, comprando um imóvel melhor – afirma Fábio Araújo, da consultoria Brain.

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