A aprovação das contas da gestão de José Maria na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) significa muito mais do que os números. Representa o fortalecimento dele no comando do Comitê Olímpico Local (COL) – mesmo com a forte pressão da Fifa, preocupada que o desgaste da imagem dele possa afetar a Copa.
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Não é para menos: chovem suspeitas de irregularidades – a última delas trata de superfaturamento na compra da nova sede na Barra da Tijuca. Entre a empreiteira e a CBF, o prédio passou por intermediários que compraram cinco salas por R$ 12 milhões e revenderam à entidade por R$ 43 milhões.
Do anúncio da compra à consumação, apenas dois meses depois, o imóvel mudou de novo três vezes. Além disso, vazaram áudios em que Marin dizia que precisava gastar mais com jantares e whisky de boa qualidade para garantir o apoio dos presidentes das federações estaduais de futebol.
Para a assembléia de terça, eles foram hospedados no Windsor Barra, um dos hotéis mais caros do Rio. Apesar de todas as denúncias, as contas foram aprovadas por unanimidade.
Desta maneira, Marin ganha fôlego – já que o COL tem como sócios a CBF (99,99%) e o próprio Marin (0,01%). Para retirar o presidente, só com uma assembléia extraordinária, onde os presidentes das federações teriam que aprovar a sua saída. Obviamente isto não vai acontecer.
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O outro caminho seria uma renúncia, algo completamente descartado no momento. A não ser que a pressão da Fifa,como aconteceu com Ricardo Teixeira, seja insustentável. Ou seja, a leitura que se pode fazer depois da aprovação das contas na terça é que Marin está fortalecido. Mesmo com suspeitas de superfaturamento e ligação com a ditadura, ele segue firme.