Está muito claro que a Fifa, por meio de seus dirigentes mais importantes – o presidente Joseph Blatter e o secretário-geral Jérôme Walcke -, está preocupada com o desgaste da imagem do presidente da Confederação Brasileira de Futebol e do Comitê Organizador Local (COL), José Maria Marin.

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Marin não desfruta de bom conceito no Governo Federal. Pelo contrário, a presidente Dilma Rousseff sequer cogita a possibilidade de recebê-lo e evita qualquer aparição pública ao seu lado.

As suspeitas de irregularidades envolvendo a CBF são antigas, e alguns fatos, como o suborno da ISL para facilitar contratos de transmissões, acabaram derrubando o antigo presidente Ricardo Teixeira, que hoje vive na Flórida – e, até o começo do ano, recebia R$ 120 mil por mês como consultor da entidade.

O atual mandatário está pressionado, mas parece pouco se importar. No final de março, na Suíça, onde a Seleção realizou um amistoso, Marin foi questionado por repórteres sobre as críticas que vem recebendo do deputado federal Romário.

Ele desconversou, dizendo que só queria falar de futebol e apressadamente entrou no carro. O seu secretário particular, Alexandre da Silveira deu a seguinte ordem ao motorista: “Passa por cima deles”, se referindo aos jornalistas. Alexandre era homem da mais absoluta confiança de Teixeira e segue no cargo.

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Romário já entregou, na sede da CBF, aqui no Rio, um abaixo-assinado com 55 mil assinaturas pedindo a saída de Marin, que foi acusado de ter feito, quando deputado estadual pela extinta Arena em São Paulo, denúncia sobre o teor supostamente esquerdista da TV Cultura, então dirigida por Vladimir Herzog – e, com isso, contribuído para a prisão ilegal do jornalista, que mais tarde foi morto sob tortura em instalações do Exército.

Ainda é cedo para se imaginar uma possibilidade concreta da saída de Marin, mas o sinal de alerta está ligado. O nome dos sonhos da FIFA para comandar o COL é Ronaldo Nazário.

É bom esclarecer que este cargo é muito mais para garantir uma boa imagem da Copa. Quem põe a mão na massa são os 150 funcionários que já estão instalados no Pavilhão 1 do Rio Centro e trabalhando em ritmo intenso liderados pelo CEO Ricardo Trade.

O número de funcionários vai aumentar à medida que o Mundial se aproxima. O cofronto já começou. De um lado, Romário, já cogitado para ser candidato ao Senado em 2014. Do outro, José Maria Marin e toda a máquina administrativa da CBF e do COL. No meio, Ronaldo Nazario aguardando o desfecho. Por enquanto a FIFA e a presidente Dilma não entraram abertamente na batalha. Se entrarem podem mudar o resultado do jogo.

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