Uma das maiores quadrilhas de roubos e furtos de veículos do Estado, desbaratada nesta manhã pela Polícia Civil, é responsável por levar cem carros em apenas seis meses na Capital e Região Metropolitana.

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Comandados de dentro do Presídio Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas, assaltantes, falsificadores e receptadores ficavam responsáveis por atender encomendas de peças e veículos recebidas por Daniel José Alves Silveira, 31 anos, o “Daniboy”.

Os criminosos começaram a ser presos nas primeiras horas da manhã. Cerca de 300 policiais de cinco departamentos da Polícia Civil cumpriram 28, dos 40 mandados de prisão, e 53 de busca e apreensão em 12 cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Segundo o delegado Juliano Ferreira, chefe da Delegacia de Repressão ao Roubo de Veículos, que comandou a Operação Bad Boy junto com o delegado Arthur Raldi, a quadrilha agia, principalmente, em Viamão e Porto Alegre. Das duas cidades, os bandidos levavam, em média, um carro a cada dois dias. A expectativa, segundo o delegado, é de que crimes como o roubo e o furto de veículos irá diminuir em até 10% nos próximos meses.

– Essa é uma das maiores quadrilhas do Estado, talvez a maior da Região Metropolitana. Pelo número de integrantes e de contatos, além da ramificação deles, essa operação foi um grande golpe nesse tipo de crime no Estado – afirmou Ferreira.

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Chefe do do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Guilherme Wondracek considerou a operação foi exitosa, apesar de não ter sido possível cumprir todos os mandados de prisão.

A investigação, que começou em junho do ano passado, solicitou os mandados em dezembro, mas devido à discussão no judiciário a respeito da competência sobre os possíveis processos, atrasou em torno de quatro meses.

– A partir de ações como estas e do combate aos receptadores, conseguiremos diminuir o número de ocorrências desse tipo de crime – aposta Wondracek.

Na operação, foram apreendidos, também, cinco veículos roubados, cinco quilos de maconha, um revólver 38 e uma espingarda calibre 12.

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Assim como os outros suspeitos presos nesta manhã, Daniboy teve mando de prisão expedido e deve prestar depoimento ao delegado Juliano Ferreira a respeito da organização que comandava.

Celulares e visitas

O comando do grupo a partir de um criminoso preso em regime fechado desde 2008, para Ferreira, é inadmissível. A manutenção do poder de criminosos que, mesmo presos, conseguem comandar crimes fora dos presídios, para ele, somente é possível devido ao uso de celulares e de mensageiros.

– O Daniboy utilizava o celular como uma arma. Ele também lançava mão de presos do semiaberto como mensageiros. Para mim, a única maneira de terminar com isso é acabar com o uso de celulares e visitas. A maioria das visitas serve para passar mensagens. Elas são de integrantes da quadrilha, com certeza. Teria que haver um estudo sobre as visitas dos presos, saber quem são essas pessoas realmente – conclui Ferreira.

(Foto: Félix Zucco)

Foto: Félix Zucco

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