Além da dor de amigos e familiares, a morte do curitibano Felipe Maciel, que morreu quando fazia uma trilha em Joinville, representa uma perda para a cena musical. Felipe era DJ, produtor e baixista da banda Stereo33 Rock. Nesta quinta-feira, a banda anunciou o fim da sua trajetória.

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De acordo com uma nota publicada nas redes sociais, Kojake – como era conhecido – era um dos fundadores da banda e esteve presente em todas as formações.

– Não vemos sentido em continuar com a Stereo33 sem Kojake. Ele foi um dos fundadores, tinha o nome da banda na pele e realmente vivia este sonho. Não vemos nenhuma possibilidade de continuar sem nosso parceiro – diz a publicação.

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Além de agradecer pelo apoio que receberam nos últimos dias e desejar força ao familiares de Felipe, os músicos informaram que pretendem fazer uma homenagem ao amigo. A ideia é reunir amigos, parentes e músicos que passaram pela banda.

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– Iremos fazer, mas quando chegar o momento certo. Certamente será um momento emocionante e muito importante para muitas pessoas. Não queremos nos precipitar. A dor ainda é muito grande para todos.

DJ que morreu em trilha disse à família que queria conhecer a cachoeira

Nesta quinta-feira, a TAJ Curitiba abriu as portas para uma noite em homenagem a Felipe, que trabalhava como DJ residente na casa.

– Uma pessoa do bem, acostumada a animar nossas noites com música boa e seu sorriso fácil. Uma perda sem precedentes para todos nós. Agradecemos imensamente o tempo que pudemos conviver com ele, que será sempre lembrado pelo profissionalismo, camaradagem e amor à musica – diz a nota publicada pela TAJ.

Em 2015, Kojake lançou seu primeiro álbum solo, com 16 músicas eletrônicas. Naquele ano, Felipe fez uma tour pela Europa e tocou em festas na França.

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Relembre o caso

O corpo do DJ Felipe Maciel, de 32 anos, foi resgatado no final da noite do dia 11 de janeiro por uma equipe formada pelo Grupo de Resgates em Montanhas (GRM) e Bombeiros Voluntários, no alto do Rio da Prata, na zona rural de Joinville. Ele entrou sozinho em uma trilha na mata na manhã do dia 10 e não voltou mais. Felipe foi encontrado caído nas pedras em uma cachoeira com mais de 80 metros de altura, em uma região de difícil acesso.

O resgate começou às 13h30 e terminou às 18 horas, com a chegada do corpo ao recanto onde ele havia estacionado o carro e saído para percorrer a trilha. Segundo Alan Jacob da Rosa, diretor técnico do GRM, a equipe precisou descer de rapel para levar a maca até o corpo e retirá-lo por uma trilha acidentada. Cerca de 20 resgatistas trabalharam para levar Felipe de volta. Uma equipe da Polícia Militar também sobrevoou a região para identificar o local em que estava o corpo.

– A cachoeira tem uns três ou quatro degraus. Ele caiu um primeiro degrau, que é de 30 metros, já em cima das pedras. Provavelmente, a água levou o corpo para mais um degrau, de 50 metros – descreve Alan.

O integrante do grupo de resgate acredita que Felipe tenha escorregado e caído nas pedras. O DJ foi encontrado com a mochila nas costas – o celular estava dentro – e com a chave do carro no bolso. Segundo Alan, o local da cachoeira é perigoso e a trilha de acesso é bastante íngreme, com cordas na lateral para o visitante se segurar. Ele também conta que a trilha é curta. De acordo com os familiares, o DJ falava há alguns dias da cachoeira, sempre dizendo que gostaria de conhecê-la. Mas ninguém imaginava que ele tentaria entrar sozinho na trilha para chegar até ela.

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