Depois de quase duas semanas, o julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, será retomado pelo Supremo Tribula Federal (STF) nesta quarta-feira, a partir das 14h. Os ministros estão na fase inicial da dosimetria, a definição de penas para cada réu, de acordo com as condenações estabelecidas na etapa anterior. Atualmente, a Corte está fixando a pena de Ramon Hollerbach, ex-sócio do publicitário Marcos Valério.

Continua depois da publicidade

Saiba mais:

> Acesse a capa de notícias sobre o julgamento do mensalão

> Em infográfico, veja como ficou o placar da votação

O julgamento está suspenso desde o dia 25 de outubro por uma série de incompatibilidades no calendário. O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, viajou para a Alemanha na semana passada para tratamento de saúde. Na segunda-feira, a sessão foi desmarcada por coincidir com o Encontro Nacional do Judiciário, que ocorreu em Sergipe até esta terça. Para Barbosa, o intervalo pode ser benéfico para dar novo fôlego à fase da dosimetria.

Continua depois da publicidade

– Todo mundo pode descansar um pouco – ponderou.

Já se passaram três meses desde o início do julgamento, que ainda não tem data para terminar. O processo foi a plenário no dia 2 de agosto, com a solução de questões preliminares e apresentação das teses de acusação e de defesa nos dias seguintes. A fase de condenações e absolvições começou em 16 de agosto, com a condenação de 25 dos 37 réus.

A terceira e última etapa, da fixação das penas, começou no dia 23 de outubro e não há previsão de quando vai acabar. Os ministros estão divergindo sobre critérios de condenação.

A única pena conhecida até agora é a de Marcos Valério, condenado a mais de 40 anos de prisão e multa de quase R$ 2,8 milhões. Ramon Hollerbach já foi condenado a mais de 14 anos de prisão e R$ 1,6 milhão em multa por cinco crimes, mas ainda restam três para ser analisados. Os ministros alertam que as penas já fixadas podem mudar.

É dado como certo que o presidente do STF, Ayres Britto, não participará do final do julgamento – são apenas quatro sessões até a aposentadoria compulsória do ministro, no dia 14 de novembro. Ainda assim, ele acredita nessa possibilidade. Britto estuda a convocação de uma sessão extraordinária em 16 de novembro, seu último dia de trabalho na Corte.

Continua depois da publicidade

A partir de então, a presidência interina ficará com Barbosa até a posse no dia 22 de novembro. O ministro já declarou que não vê impeditivo no fato de presidir a Corte e relatar o processo do mensalão ao mesmo tempo. Barbosa disse na terça-feira, em Sergipe, que não haverá mudanças signficativas na condução do processo:

– Não mudará grande coisa porque há grande afinidade entre o ministro Ayres Britto e eu, sempre houve.

> Para ler mais notícias sobre mensalão, clique aqui