Depois da derrota de 2 a 1 para a Alemanha, que desclassificou da Copa do Mundo a Seleção da Argélia, o coração dos argelinos bate, agora, pelo Brasil. Pelo menos, é o que garantem alguns turistas argelinos que permanecem em Balneário Camboriú até esta quarta-feira. Esta foi a primeira vez na história do mundial que o país chega às oitavas de final. E por isso a derrota para os alemães teve, na verdade, um gostinho de vitória.
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– Nós queríamos muito estar no Rio de Janeiro na final. Queríamos muito também ganhar esse jogo com a Alemanha, porque ele ocorreu um dia depois da Independência do nosso país, mas já foi uma honra poder jogar contra a Seleção alemã mais uma vez, relembrando a Copa de 1982. Foi um jogo excitante do início ao fim – avaliou Nouri El-Mahdi, 44 anos, um dos 236 argelinos que ainda estão hospedados no Hotel Pires.
Segundo ele, desde a vitória sobre a Rússia na quinta-feira passada, alguns torcedores africanos mal dormiam, tamanha a comoção por chegar tão longe no mundial.
– Provavelmente, o dia em que os jogadores voltarem para a Argélia, serão recebidos como heróis, que entram para a história – disse.
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Para Mahdi, o carinho dos argelinos pelo Brasil é tão grande, que se a Seleção canarinho chegar a perder no meio do caminho, a Copa do Mundo terá acabado para eles.
Vestido com uma camiseta e um agasalho do Inter de Porto Alegre, Ayadi Essaid, 41 anos, nem parecia um turista argelino na recepção do hotel. Encantado com a diversidade cultural do Brasil e com a forma como foi recebido pelo povo brasileiro, disse que leva para o seu país uma imagem bastante diferente da que tinha quando chegou.
– Respeitamos muito a cultura e a religião do povo brasileiro. Estou levando daqui uma ótima imagem – destacou o turista, que é muçulmano, e assim como seus conterrâneos está desde sábado no período do Ramadã – uma consagração, que dura 30 dias, na qual seguidores devem jejuar durante o dia, sem consumir qualquer tipo de comida ou líquido.
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Da passagem pelo Brasil, a lembrança de Gramado (RS) ficará na memória, assim como o desejo de voltar ao Litoral Norte catarinense.
– Gramado é uma cidade maravilhosa, que me fez muito lembrar a Suíça. Quero muito voltar ao Brasil para poder conhecer o Rio de Janeiro e voltar a Balneário Camboriú, que tem uma vista belíssima – concluiu Mahdi.