O cenário é de devastação e deve permanecer assim por muito tempo. Conhecido recanto de passeio e diversão de blumenauenses e turistas em busca de uma caminhada, passeios ecológicos ou um singelo banho de rio nos tórridos verões do Vale, a Nova Rússia é hoje o centro de um evento maior, que surpreende até mesmo os especialistas que vieram à cidade para tentar entender o que fez tanta terra desmoronar e destruir três residências na madrugada do dia 23. Os técnicos querem saber o que ainda pode acontecer e qual o risco para a região.
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Desde a manhã desta quinta-feira um especialista da Agência Internacional de Cooperação Japonesa (Jica) e outros dois da superintendência gaúcha do Serviço Geológico do Brasil coletam dados na região onde ocorreu o deslizamento para entender o evento que ocorreu na última semana e traçar um novo mapa de risco da região. O diretor de Geologia e Análise de Riscos Naturais da Secretaria de Defesa do Cidadão, Maurício Pozzobon, acompanhou os profissionais e explica que a situação é maior e mais complicada do que o órgão conseguiria prever:
– Ainda é uma situação que está muito no princípio para darmos qualquer citação sobre isso, com a exceção de reconhecermos que é complexo e requer tratamento como tal. Estamos lidando com um problema que não é comum, é uma dificuldade não só para nós da geologia de Blumenau, mas também para o Serviço Geológico do Brasil e da Jica. Eles ficaram impressionados com o que houve aqui.
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Enquanto os técnicos avaliam os estragos causados pelo deslizamento, o ribeirão Garcia corre com força pelo novo percurso que abriu exatamente pelo meio das terras onde ficavam propriedades conhecidas como o Rancho do Willy, tradicional ponto de encontro de ciclistas e caminhantes para um café com cuca e uma boa conversa.
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Durante a manhã desta quinta a chuva não deu trégua à região e o morro parecia mais vivo e frágil do que nunca. A lama vermelha surgia no topo e descia sem parar. Vez ou outra, uma pedra rolava pela colina quebrada para que ninguém esquecesse do perigo. Enquanto isso, trabalhadores desmontavam casas à beira do rio para aproveitar o material.
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