Sabe aquele tempo que a gente perde olhando mil e uma coisas — por vezes inúteis — na internet, pelo celular? Pensando nas crianças e jovens que não tiram o olho da telinha, uma adolescente de 17 anos de Florianópolis criou um aplicativo para aliar educação e tecnologia. Ela desenvolveu um quiz com perguntas de assuntos trabalhados em sala de aula para os alunos estudarem e aprenderem, usando justamente a ferramenta que adoram.
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Ana Luiz Mees, aluna do Colégio Catarinense, cresceu ouvindo sobre a importância da tecnologia e de como ela mudou e ainda transforma a vida das pessoas. Pudera: seu pai é empresário da área de softwares em Santa Catarina. Com esta experiência e sua própria vivência em sala de aula, Ana percebeu que a tecnologia ainda não é uma aliada da educação.
— Estava no 2º ano do Ensino Médio quando comecei a pensar em desenvolver um aplicativo que pudesse ser um complemento do aprendizado em sala de aula — explicou a adolescente.
Ela analisou outros aplicativos educativos, de fora do país, e juntando com ideias próprias, nasceu neste ano o Geni: um aplicativo totalmente interativo.
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O quiz pode ser desenvolvido pelo próprio professor, que terá acesso ao aplicativo após um cadastro inicial. O educador não só cria as perguntas como pode postar comentários e dicas aos alunos para que eles consigam encontrar a resposta. Os estudantes, que também precisam estar cadastrados, respondem os questionamentos de acordo com sua série. O aplicativo tem um ranking, onde os alunos podem ganhar premiações, que são moedas virtuais. Segundo Ana, um professor poderia facilmente aplicar um teste por meio do aplicativo.
— Os professores podem avaliar os alunos através do aplicativo, e ver quanto tempo eles levaram para responder cada questão, por exemplo, e avaliar onde é preciso trabalhar mais forte — complementa a criadora do app.
O Geni pode ser baixado gratuitamente para sistemas iOS e Android. A iniciativa não tem fins lucrativos.
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— É um trabalho social, uma preocupação minha em ajudar a estimular os estudos de crianças — explicou Ana.
A jovem, que está encerrando este ano seu período na escola, pretende alçar voos mais altos no ano que vem, e quem sabe, estudar em uma universidade estrangeira. O foco continua sendo tecnologia, mas mais para o lado da robótica e neurociência, disse a manezinha.
Palhoça aderiu
A ideia deu tão certo que Ana, com apoio da empresa IPM Sistemas, que desenvolveu o aplicativo, apresentou o Geni para a Secretaria de Educação de Palhoça. A cidade já possui outros projetos de inclusão tecnológica nas escolas e seria um bom local para iniciar os trabalhos. A ideia foi acatada na hora e iniciada neste segundo semestre na rede municipal de ensino. A própria Ana, com seus 17 anos, palestrou para todos os diretores dos colégios municiais da cidade da Grande Florianópolis para explicar como funciona o aplicativo.
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Os professores e alunos da rede serão cadastrados no app pelas próprias direções de suas escolas. Por mais que o uso do celular seja proibido em sala de aula, o coordenador dos programas de tecnologia da Secretaria de Educação de Palhoça, Denis Ferrari, explica que o app será usado como reforço escolar, para estudar em casa.
— Não há obrigatoriedade no uso do aplicativo. Só os professores e os alunos que quiserem podem baixar e usar a ferramenta. Mas estamos notando, mesmo que no início, que é uma boa estratégia. Como o professor pode acompanhar as respostas do aluno, ele pode trabalhar as questões e dúvidas individualmente com cada um — avalia Ferrari.
Os demais professores da rede serão orientados sobre o aplicativo nas próximas formações continuadas, complementou o coordenador.
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As atividades do aplicativo serão testadas em Palhoça, para mais tarde, serem oferecidas para outras cidades.
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