Em abril de 2013, o Congresso Nacional aprovou a lei 12.802, que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar cirurgias de reconstrução mamária em quem retirou a mama devido ao câncer. Segundo a norma, se não for possível a cirurgia imediata, a paciente deverá ser acompanhada e passar pela cirurgia plástica assim que as condições clínicas permitirem.

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Em função da longa espera, muitas mulheres desenvolvem doenças depressivas. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, o país melhorou os índices de atendimento nos últimos anos, mas apenas um terço das pacientes do SUS têm acesso ao procedimento.

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– A gente registra o nome delas numa lista, mas a gente diz que não sabe quando vai ter a oportunidade de fazer a cirurgia. Por isso esses mutirões são importantes porque a gente resgata esses pacientes que provavelmente não teriam oportunidade de fazer uma reconstrução. Na verdade, os mutirões existem para tapar uma deficiência do sistema público de saúde, não deveriam ter a necessidade de existir – desabafa Crippa, que também participará do mutirão, com nove cirurgias no Cepon.

Moradora do bairro Serraria, em São José, Regiane Aparecida Ferreira Martins, 43 anos, também passará pela reconstrução do seio direito no mutirão que será realizado a partir deste sábado em Santa Catarina. Diagnosticada em 2012 com câncer de mama, fez mastectomia em 2013. Em dezembro do ano passado, passou pela reconstrução por meio do mutirão. Mas o corpo rejeitou e teve de ser retirada às pressas um mês depois. Teve de retirar a próteses e voltou para a fila de espera e novamente será atendida pelos voluntários.

– O meu tratamento todo foi muito demorado e eu tive um câncer muito agressivo. Demorei um ano e três meses para fazer cirurgia, mais seis meses para conseguir uma biópsia pelo SUS. Apresentei, por exemplo, em setembro uma lesão na bacia perto de uma metástase que já eliminei, mas só vou saber no ano que vem o que aconteceu, porque a tomografia será em dezembro. Dizem que câncer de mama tem cura se descobrir cedo, mas tem gente que não tem condições de esperar – desabafa Regiane.

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A presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer em Florianópolis, Zita Sander de Meireles, estuda com a equipe de advogados da entidade prestar assessoria jurídica às pacientes que enfrentam dificuldades em conseguir acesso aos procedimentos assegurados por lei.

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