Às vésperas do Natal, um clima de comoção tomou conta dos milhares de admiradores de João Nilson Zunino.
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O empresário e gestor de sucesso, médico conceituado e maior presidente da história do Avaí foi velado e sepultado na manhã desta quarta-feira, no Cemitério Jardim da Paz, em Florianópolis.
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A pluralidade de Zunino fez que aparecessem para prestar homenagem do torcedor mais simples à autoridade pública, de funcionários humildes a ex-presidentes, do jogador da base ao craque consagrado, dos amigos íntimos aos admiradores e ex-funcionários.
Longas filas se formaram para o último adeus e para passar palavras de conforto aos familiares. No momento do sepultamento, cerca de 500 pessoas estavam presentes e outras centenas passaram ao longo da manhã pelo cemitério.
E foi num misto de lágrimas e comoção, que o ex-presidente Fernando Bastos, autor do hino do clube, às 11h15min, começou a entoar “Avaí, meu Avaí…” E todos os presentes seguiram cantando. Ao som do hino avaiano, João Nilson Zunino foi descansar.
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A gratidão de Marquinhos
O grande ídolo avaiano Marquinhos era certamente uma das pessoas mais emocionadas no velório. Em depoimento ao colunista do Diário Catarinense, Roberto Alves, o principal craque e maior ídolo da torcida revelou:
– O Zunino era meu ídolo.
E foi além:
– Foi o maior nome de toda a história do Avaí.
As emoção de Silas
Um dos mais emocionados era o ex-técnico e ídolo avaiano Silas que considerava Zunino como um pai:
_ Era um pai para mim também, assim como era um pai para os jogadores. Um homem exemplar, que amava a família, os amigos, se relacionar. Me ensinou muito, desde que eu cheguei aqui, não só isso, mas também me bancou nos momentos complicados. Em qualquer outro lugar eu teria sido mandado embora. Cheguei um treinador jovem ao Avaí, estava começando na profissão, foi meu primeiro grande trabalho, foi o grande responsável pelo sucesso e por eu estar onde estou hoje, só chegamos ao topo porque o Zunino tinha persistência incrível.
O exemplo para Chico Lins
O atual diretor de futebol do Avaí, Chico Lins, como muitos outros presentes, tem uma história de carinho e gratidão por Zunino:
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_ Minha vinda para o futebol profissional teve muita relação como Zunino. Estava recebendo um prêmio pela Cimed, na Assembleia e o Zunino recebia homenagem pelo Avaí. Ele na ocasião disse ter uma admiração por mim e que queria me ver no futebol. Depois acabei indo para o Figueirense e ele brincava muito comigo por causa disso. Na época da doença do Zunino eu também estive doente e o Zunino a todo momento me ligava para saber minha condição. E o exemplo de luta que ele teve contra a sua doença é um exemplo que levarei tanto na questão do futebol quanto na questão pessoal.
As sábias palavras de Fernando Bastos
O ex-presidente Fernando Bastos, autor do hino do Avaí, conta um detalhe de sua relação com Zunino:
_ Eu tenho muito orgulho de ter sido um dos nomes que lançou Zunino como candidato a presidente do clube, na primeira vez que ele foi eleito. Por quê? Porque eu já o conhecia como um médico sério, um empresário honesto, decente, correto e, sobretudo, competente em tudo que fazia. Com todos estes predicados e com a dedicação que ele empregava no que fazia pelo Avaí, com amor, com paixão, só poderia redundar nos grandes feitos alcançados pelo clube quando de sua gestão.
Wilfredo e a parceria entre rivais
O presidente do Figueirense, Wilfredo Brillinger, estava muito emocionado na despedida a Zunino:
_ Foi um grande catarinense não só na área do futebol, mas também na área médica e empresarial. Mas, acima de tudo, foi um amigo meu. Tive o imenso prazer de conviver com ele assim que assumi a presidência do Figueirense. E junto com o Zunino procuramos fazer um trabalho fora de campo, que aproximasse os dois clubes, que beneficiasse o nosso futebol da Capital e ele prontamente abraçou a causa. A partir daí deixamos a rivalidade para dentro de campo, fora trabalhamos juntos. Aprendi muito com ele, fui o sucessor do Zunino na presidência da Associação de Clubes, indicado pelo próprio. Perde o esporte brasileiro, perde a medicina também. Foi um vitorioso em tudo que fez.
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Delfim ressalta legado para o futebol
O presidente da FCF, Delfim Pádua Peixoto Filho, via em João Nilson Zunino um sucessor ao trabalho que ele desenvolve em Santa Catarina:
_ Empresário de sucesso, médico reconhecido, transformou o laboratório dele em um dos quatro maiores do Brasil. E quando assumiu o Avaí, inovou ao trazer ao clube uma administração empresarial. Ele rompeu em Santa Catarina com um certo amadorismo que existia nos clubes. O primeiro grande passo à gestão diferenciada de um clube foi dada por Zunino. Com seu trabalho na Associação de Clubes, ele levou às demais agremiações este conceito. Mas, muito além do empresário, do dirigente, a lembrança e o legado de Zunino é como pessoal, um homem de grande coração, uma pessoa com imensa bondade e com muita abertura para discutir e solucionar problemas.