No colo da mãe e coberta por uma mantinha vermelha, Yuja Kali saiu do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes às 13h desta quinta-feira. Na porta do hospital, Adelir Lemos de Goes, 29 anos, que foi submetida a uma cesariana contra a sua vontade, disse que se sentia roubada.
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– Vou processar o hospital porque roubaram meu direito – afirmou.
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A mãe relatou que o médico que realizou sua última cesariana havia indicado que ela não deveria realizar nova cirurgia num próximo parto, por isso, ela buscou informações sobre o parto humanizado e pretendia fazer o parto natural.
Na madrugada de terça, quando já estava em trabalho de parto, Adelir foi retirada de casa por policiais em cumprimento a uma ordem judicial para reavaliação e foi submetida à cesariana. A família e a doula que acompanhava a gestação desde a 34ª semana questionaram os argumentos médicos que embasaram a decisão judicial.
Nesta manhã, Zero Hora esteve com a obstetra Joana de Araújo, que fez o parto, mas ela não quis conceder entrevista. O diretor técnico do hospital, Marcelo Fagundes, voltou a reforçar que a decisão tinha embasamento em exames médicos como ecografia e exame obstétrico de toque.
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