No dia em que pediu licença da atividade parlamentar por 60 dias, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR) torna-se alvo de novos pedidos de investigações.
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PSDB, DEM e PPS protocolaram nesta segunda-feira uma representação pedindo a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado. O processo pode levar à cassação.
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Na representação, os partidos da oposição pedem a abertura de processo no Conselho de Ética e pedem que o órgão convide o doleiro Alberto Yousseff, com quem Vargas teria ligação, a prestar depoimento. A investigação da PF afirma que o deputado teria auxiliado o doleiro em negociações do laboratório Labogen com o ministério da Saúde. Em uma das mensagens trocadas entre os dois, divulgada pela revista Veja, o doleiro afirma a Vargas que o negócio poderá lhes trazer “independência financeira”. Yousseff alugou um jatinho para uma viagem de férias de Vargas com sua família de Londrina (PR) para João Pessoa (PB).
Pressionado até por integrantes do PR, Vargas licenciou-se do mandato nesta segunda-feira por 60 dias. Na semana passada, em discurso na tribuna da Câmara, disse não ter qualquer sociedade com o doleiro e que a viagem feita com o jatinho alugado pelo doleiro foi uma “imprudência”.
PSOL também pede apuração de denúncias
Além da ação encaminhada por outros partidos de oposição, o PSOL protocolou nesta segunda-feira uma representação na Corregedoria da Casa. A bancada pede a apuração das denúncias envolvendo a relação do petista com o doleiro Alberto Youssef. A sigla deve entrar nesta terça com uma nova representação, desta vez junto ao Ministério Público.
Na representação, o partido solicita que sejam investigados o empréstimo de um avião ao deputado do PT, o vínculo entre Vargas e Youssef e a conduta do parlamentar junto ao Ministério da Saúde para supostamente favorecer o laboratório Labogen. “A relação mantida não é a da alegada amizade de 20 anos, mas sim envolvem negociatas e possíveis fraudes em processos administrativos, com a utilização da influência do deputado André Vargas”, diz a nota do PSOL.
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“Há a necessidade, portanto, de apuração dos fatos no âmbito da Corregedoria da Casa, com a contribuição da Polícia Federal, e, uma vez aprovado o parecer pela Mesa Diretora, a instauração de processo por quebra de decoro, no âmbito do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar”.