Análises laboratoriais já concluídas não apontaram qualquer substância que pudesse ter provocado as mortes de quatro amigos enquanto bebiam em um terreno baldio do bairro Jardim Paraíso, na zona Norte de Joinville, no último dia 17 de março.

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A constatação diz respeito aos exames feitos nas garrafas com as bebidas que as vítimas teriam ingerido naquela tarde. João Maria Alves dos Santos, de 66 anos, Jairo Nascimento, 53, e o irmão dele, Gilmar Luiz Nascimento, 52, foram encontrados já sem vida no terreno. Orosnildo Fagundes de Oliveira, de 60 anos, chegou a ser socorrido, mas também não resistiu.

Segundo o diretor do Instituto-geral de Perícias (IGP) de Santa Catarina, Rodrigo Tasso, agora as buscas vão se concentrar em amostras de sangue, urina e vísceras das vítimas.

-Cientificamente, não foi apontado qualquer elemento que pudesse justificar as mortes pela bebida que, em tese, foi consumida. Passaremos a buscar alguma coisa no metabolismo que possa ter causado as mortes. Trabalhamos com exclusões de hipóteses – explica.

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A análise pericial, observa o diretor, ocorreu apenas sobre o material recolhido no local. Não se descarta, portanto, que uma garrafa com bebida envenenada eventualmente tenha sido oferecida aos amigos e depois retirada do terreno.

Mesmo que as vítimas tenham bebido apenas o conteúdo das garrafas examinadas, ainda restam possibilidades a serem verificadas. Segundo o diretor do IGP, é estudada a hipótese de que um conjunto de fatores, como a alta dosagem alcoólica e a exposição ao sol, tenha provocado as quatro mortes.

A possibilidade de que os mal súbitos tenham ocorrido apenas pelo consumo excessivo de álcool também é considerada. Isto porque exames de dosagem alcoólica apontaram quantias entre cerca de 20 a cerca de 50 decigramas de álcool por litro de sangue nas vítimas – acima de 30 já há risco de morte.

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Mas, segundo Rodrigo, esta não é a principal tese da perícia. Seria muito improvável, diz o diretor, que quatro homens acostumados a beber morressem somente pela ingestão de álcool e ao mesmo tempo. Assim, o trabalho de perícia ainda está voltado na busca por um fator externo único que tenha levado aos óbitos.

-Acredito que eles morreram em decorrência de algo que comeram ou beberam, que fez mal e acabou sendo letal. Pode ter sido um acidente, mas com um agente externo. Talvez, a alta dosagem alcoólica combinada com outra coisa – conclui.

Investigação

O delegado responsável pelo caso, Paulo Reis, ainda está à espera das análises concluídas pelo IGP em Florianópolis. Segundo o delegado, os exames são necessários para que seja comprovada a tese de morte por intoxicação.

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Se houver indícios de envenamento, diz Paulo Reis, a apuração pode seguir a linha de investigação criminal por homicídio ou por morte acidental. Por enquanto, segundo o delegado, não há provas de que alguém estivesse interessado na morte das vítimas.

A polícia já confirmou que outros três homens também beberam com os quatro amigos horas antes de as mortes serem constatadas, mas que deixaram o local ainda no começo da tarde. Nenhum dos três passou mal ou apresentou qualquer sinal de intoxicação.

Um deles afirmou à polícia que os irmãos Gilmar e Jairo chegaram até o terreno trazendo com eles uma garrafa.

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