Uma festa com direito a música, pizza, drinques e sessão de filme. O cenário comum a qualquer celebração foi a forma encontrada pela norte-americana Betsy Davis, 41 anos, de reencontrar e, ao mesmo tempo, se despedir dos amigos antes de tomar uma combinação letal de medicamentos que a levaria à morte no fim de julho.

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De acordo com jornal O Globo, Betsy sofria de esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença que acomete o físico Stephen Hawking e que ficou mais conhecida depois da criação do “desafio do balde de gelo”, e foi uma das primeiras pessoas a se valer da recente lei da Califórnia que permite a eutanásia. Ela recebeu o diagnóstico em 2013 e, de lá para cá, passou a perder os movimentos a cada dia, ficando presa a uma cama e com dificuldades para falar, se alimentar e até respirar.

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No convite do evento, a anfitriã explicou que era preciso “ter estrutura emocional e mente aberta” para aceitar a convocação. O encontro de amigos só tinha uma exigência imposta por Betsy: estava proibido chorar na sua frente.

Embora incomum, o convite foi aceito por cerca de 30 pessoas que viajaram de diversos pontos dos Estados Unidos até a cidade de Ojai para passar um fim de semana ao lado da amiga. Em seu perfil no Facebook, o diretor de fotografia e amigo de Betsy Niels Alpert dedicou um álbum ao encontro, em que registrou cada momento da celebração.

(Foto: Facebook Niels Alpert / Reprodução)

Em relato ao jornal Voice of San Diego, a irmã de Betsy, Kelly, conta que, após a festa, os cuidadores da mulher a vestiram com um quimono comprado no Japão e, com a ajuda de um amigo da família, levaram Betsy até um ponto onde pudesse enxergar o sol se pondo.

Às 18h45min, ela tomou a combinação de morfina, hidrato de cloral e pentobarbital. “Não é o ideal, mas fizemos o nosso melhor para mascarar o sabor com leite de coco, açúcar e um pouco de sal”, escreveu Kelly. Em minutos, Betsy entrou em coma e, nas palavras de Kelly, “quatro horas mais tarde, ela pacificamente partiu para sua próxima aventura”.

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