Ameaças a policiais civis que investigaram um assassinato, adolescentes empunhando armas e terror aos próprios moradores da comunidade. São esses os principais motivos que levaram à megaoperação conjunta com 200 policiais civis e militares na manhã de sexta-feira no Morro do Mocotó, em Florianópolis.
Continua depois da publicidade
Os alvos da polícia por causa das ameaças são os mesmos que lideram o intenso comércio de drogas, principalmente crack e maconha no local. A polícia decidiu montar uma investigação complexa a fim de desmantelar toda a quadrilha, mesmo ciente de que são constantes as apreensões e prisões pela PM nos conhecidos pontos, como o beco da lixeira.
O monitoramento foi além para não deixar crescer o clima de ameaças aos próprios policiais civis, que vinha ganhando dimensões preocupantes nos últimos meses. Após 10 meses de investigação, os policiais que agora integram a recém-criada Delegacia de Combate às Drogas conseguiram mapear os criminosos. A polícia diz que há provas robustas em grampos telefônicos. Com isso, 27 suspeitos tiveram prisões temporárias decretadas pela Justiça.
As ameaças aos policiais civis surgiram após a investigação do assassinato de Michel Julio Alves, em 12 de setembro de 2012, na servidão Luiz Zilli, final do Morro da Queimada, na Prainha (ao lado do Mocotó). Testemunhas do homicídio também teriam sido ameaçadas, segundo uma decisão judicial de 12 de setembro de 2013, a que o DC teve acesso.
Continua depois da publicidade
Há outros processos de prisões em flagrante no Mocotó em que PMs foram vítimas de ameaças de traficantes. As declarações embasaram a Justiça em manter na cadeia presos com drogas. Os trechos estão em investigações policiais que tramitam na 4a Vara Criminal de Florianópolis. Consta que, em tese, os acusados teriam agredido os policiais com chutes e socos e que após serem algemados teriam continuado as ameaças.