Primeiro agente prisional a ser preso em Joinville neste ano sob acusação de receber propina de presos para facilitar fugas e entregar drogas, Everaldo do Nascimento foi sentenciado na quinta-feira a dez anos e sete meses de prisão e à perda do cargo público pela 2ª Vara Criminal de Joinville.

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Segundo citado na sentença do juiz Gustavo Aracheski, com base em investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Everaldo traficava drogas, em geral ecstasy, e tinha como fornecedor Geovani Rodrigues da Silva, condenado a dez anos e três meses por tráfico.

Everaldo foi preso em 10 de fevereiro, e sua detenção levou Geovani à cadeia 20 dias depois. Telefonemas e mensagens via celular e internet, interceptadas pelo Gaeco, mostravam a movimentação dos dois para vender drogas em festas. A prisão de Everaldo ocorreu com a ajuda de um cliente, que marcou um encontro em um posto de gasolina às margens da BR-101. Everaldo também foi condenado por falsificar atestados médicos.

A associação de Everaldo com presos ficou comprovada, defendeu a investigação, em telefonemas e objetos apreendidos na casa do carcereiro, no bairro Santa Catarina. O Gaeco associou celulares, carregadores e fones de ouvido a uma encomenda feita dias antes por um detento do Presídio Regional de Joinville, Wilson Pinheiro Jr., o Coxinha, que cumpre pena por tráfico. A entrega dos aparelhos estaria marcada para dois dias após Everaldo ser preso.

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Ele receberia R$ 300 por equipamento. Além desta situação, Everaldo teria aceitado colaborar com o preso novamente. Em fevereiro, Wilson teria oferecido R$ 5 mil e um quilo de cocaína para facilitar a fuga de um detento – que também ocorreria no dia 12. Wilson foi condenado a dois anos e quatro meses por corrupção passiva.

Na sentença, o juiz também cita que Everaldo não negou a acusação de tráfico, mas desmentiu falsificação e estelionato. Ele não tinha antecedentes criminais, assim como Giovane. Outros três agentes prisionais e um vigia do presídio foram presos neste ano em Joinville por suspeita de corrupção. O vigia e um agente respondem em liberdade. ?

Contraponto

Sem sucesso, “AN” tentou contato na quinta-feira no fim da tarde (quando a sentença foi divulgada) com os advogados Daniela Testoni e Rogerio Couto, que representam o agente prisional Everaldo do Nascimento; James José da Silva, que defende Geovani da Silva; e Alexandre de Jesus Ferreira, que tem Wilson Jr. como cliente.

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