O advogado Antonio Bastos Figueiredo, que representa o doleiro Alberto Youssef, classificou, nesta terça-feira, como “surpreendente” a mudança de posição do ministro Teori Zavascki e disse que vai recorrer ao plenário do Supremo Tribunal Federal. O alvo da defesa do doleiro é o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato.

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– (Yousseff) Sente-se profundamente perseguido. Vamos tentar tirar o Moro do processo, caso contrário ele já está condenado – afirmou Figueiredo.

Depois da liberação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, na segunda-feira, os advogados dos outros 11 presos avisaram seus clientes que eles sairiam poucas horas depois. Os advogados da doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama estavam tão confiantes na liberação dela que permaneceram quatro horas dentro em um carro parado em frente a sede da Polícia Federal em Curitiba – o prédio estava fechado para visitantes.

Às 20h58min de segunda-feira, assessores do Supremo enviaram, por meio de um malote a digital, o novo despacho de Zavascki para o responsável pelo plantão no Tribunal Regional Federal em Curitiba, mas o documento não chegou por problemas técnicos. Enquanto isso, os advogados dos réus tentavam, aflitos, abrir o arquivo. Se conseguissem, eles poderiam pedir ao responsável pelo plantão judiciário que acelerasse a liberação do grupo.

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Marden Maués, advogado de Nelma, disse que sua cliente desmaiou e vomitou sangue na carceragem da PF. A doleira chegou a ser examinada por um médico de confiança na sede da PF. Em março, Nelma foi presa tentando embarcar para Milão com 200 mil euros dentro da roupa.

– Ela ia para a Itália para comprar móveis para sua loja de decoração. Tinha pago passagem de ida e volta – afirmou o advogado.

Já um dos advogados de Paulo Roberto Costa, Fernando Fernandes, por sua vez, classificou como uma “arbitrariedade” a prisão do cliente.

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– Ele sequer devia ter sido preso. Nenhum dos atos imputados ao meu cliente teria sido praticado no Paraná. O juiz não possui jurisdição sobre o caso.