Duas advogadas que estão detidas no 8º Batalhão de Polícia de Joinville (8º BPM) tiveram o alvará de soltura expedido pela Justiça de Blumenau na noite de sexta-feira. Francine Bruggemann poderá responder em liberdade. Ela foi libertada na noite desta sexta-feira, depois que a PM recebeu a confirmação do alvará, por volta das 23 horas. Já Fernanda Fleck Freitas é ré no processo que apura o assassinato da agente penitenciária Deise Alves, por isso, mesmo com a soltura expedida, ficará presa.
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Os outros três advogados suspeitos de serem mensageiros do Primeiro Grupo Catarinense (PGC) continuam detidos. São eles: Gustavo Gasparino Becker, Simone Vissotto, João de Souza Barros.
A perícia nos computadores mostrou um e-mail de Gustavo fazendo relatos de uma reunião da facção para Simone, que foi estagiária do escritório dele até se formar. A espécie de ata do encontro é uma das provas usadas pela Polícia Civil para pedir a prisão preventiva da dupla. A advogada foi envolvida mesmo tomando uma série de cuidados ao falar ao telefone para não caracterizar que estava atendendo interesses da organização criminosa. Gustavo seria encarregado de fazer o trânsito de informações entre as cadeias de Tijucas, Itajaí, Blumenau e Joinville.
João de Souza também está no grupo dos que tiveram a prisão preventiva solicitada pela Polícia Civil. Pesam contra ele indícios de participação em reuniões do PGC e repasse informações. O advogado defendia Rudinei Ribeiro do Prado, fundador da facção.
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Ainda há outros dois advogados investigados por envolvimento com a facção: um que atuava em Tijucas e chegou a ficar preso temporariamente em 2011 e uma advogada que atua no Sul do Estado. Ambos estão em liberdade e negam crimes. Um deles era defensor do fundador do PGC, Nelson de Lima, o Setenta, e apareceu em grampos da Deic mantendo contatos com o preso (leia transcrição de parte do diálogo).
Contrapontos
O que diz o advogado de Fernanda Flexk Freitas, Henrique Werner Corrêa
– Não há nenhuma prova concreta que ligue Fernanda ao crime que está sendo acusada. Ela está presa há cerca de dois meses por ter visitado quatro pessoas, na mesma data em que Deise Alves foi executada. Não há provas de que estas pessoas realmente são mandantes di crime nem há sentença de formação de quadrilha que caracterize a facção. A prisão preventiva de Fernanda é um absurdo jurídico -, diz.
O que diz o advogado de Francine Bruggemann, Francisco Campos Ferreira
Disse que haverá novidades no relatório que será entregue pela polícia à Justiça e que prefere se manifestar depois disso.
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O que diz o advogado de Simone Vissotto, Alfredo Reis
Ele alega que a cliente era estagiária de direito e só recebeu a carteira da OAB em outubro de 2012, por isso, não poderia ter laços com o PGC. Acrescenta que Simone é de família com bastante recursos financeiros, incluind uma casa no Morumbi (SP. Logo, não haveria motivo para se comprometer.
O que diz o advogado de João Barros de Souza Filho
O defensor conta que ouviu do cliente que o indiciamento pela Polícia Civil seria retaliação pela forma de atuação como advogado em Criciúma. Acrescenta que não existe nenhuma prova contra João. Conclui dizendo que ele tem um histórico de correção, sem nunca ter sido vítima de um boletim de ocorrência na polícia, que trabalhou como auditor de um banco e que é membro da Congregação Cristã do Brasil.
O advogado de Gustavo Gasparino Becker
Não foi localizado. A reportagem tentou contato com a família do suspeito diversas vezes na tarde desta sexta-feira, mas não obteve êxito.
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