O júri popular de Arno Alfredo dos Passos Filho, acusado de executar com dois tiros a secretária Maria Regina de Oliveira, 40 anos, na região central de Joinville, em 2010, terminou por volta de 3 horas da manhã e foi marcado por embates entre acusação e defesa.

Continua depois da publicidade

Após 13 horas de julgamento, o réu foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado por homicídio qualificado, por motivo fútil e por impossibilitar a reação da vítima. Ele não terá o direito de recorrer em liberdade

O ex-marido da vítima Marcelino José Santana, acusado de ser o mentor do crime, já foi condenado a 18 anos. A investigação apontou que Marcelino teria contratado Arno para atirar na mulher porque não aceitava o fim do relacionamento.

A primeira testemunha a ser ouvida na tarde de ontem foi a mãe da vítima. Dona Zilca recordou de ameaças que a filha sofreu antes de morrer por ter terminado o relacionamento com Marcelino.

Continua depois da publicidade

– Não pense que você vai se ver livre de mim, eu vou sempre seguir os teus passos – teria dito Marcelino a Maria Regina quando a teria procurado em casa com uma arma.

Mesmo na dor, dona Zilca respondeu a todos os questionamentos de acusação e defesa.

– A gente está sofrendo há três anos e meio, perdi minha filha, ela perdeu a vida dela também, deixou dois filhos. O que eu espero é Justiça né – disse com voz baixa.

O delegado Adriano Bini, que era o titular da Divisão de Homicídios na época e conduziu a investigação foi a segunda testemunha de acusação a ser ouvida. O depoimento foi um dos mais longos. Um agente policial que acompanhou a investigação também prestou depoimento. Outras duas destemunhas de defesa foram interrogadas.

Continua depois da publicidade

As pessoas que estavam no plenário acompanhando o julgamento precisaram sair do tribunal para que uma testemunha protegida, que afirma ter presenciado o crime, pudesse ser ouvida.

O réu Arno Alfredo dos Passos Filho foi o último a ser ouvido antes das apresentações de acusação e defesa. Arno, que nega participação no crime, questionou a investigação, confrontou provas e levantou suspeitas contra outras pessoas, entre elas, o namorado da vítima na época do fato. Arno revelou, inclusive, quem era a testemunha protegida.

O objetivo da defesa era tentar desqualificar o depoimento da testemunha protegida. Segundo a advogada Gilmara Castanha Badwann, os relatos dela não correspondem à apuração da perícia.

Continua depois da publicidade

A acusação do Ministério Público, que ficou a cargo do promotor de justiça, Daniel da Costa Rabelo, só deu inicio após às 21 horas. A defesa é a última a apresentar a argumentação. Como há possibilidade de réplicas, o julgamento presidido pela juíza Karen Francis Schubert Reimer, estava previsto para terminar durante a madrugada.