Embates entre acusação e defesa estenderam por mais de 12 horas o júri popular que levou Marcelino José Santana, acusado de premeditar a morte da ex-mulher, Maria Regina de Oliveira, 40 anos, ao banco dos réus ontem. Mas prevaleceu a tese do Ministério Público e Marcelino foi condenado ao 18 anos de prisão em regime fechado.

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Assim, ele poderá recorrer da sentença, mas continuará detido no Presídio Regional de Joinville. Em seu depoimento, Marcelino repetiu a versão apresentada na fase processual e negou envolvimento na morte da ex-companheira.

Ele alegou que estava em São Paulo quando Maria Regina foi morta a tiros, no bairro Bucarein, em agosto de 2010. O advogado dele, Antônio Luiz Lavarda, reforçou a convicção de que Marcelino é inocente e alertou ao júri para que considerasse a possibilidade de equívocos na investigação policial.

Responsável pela acusação, o promotor Marcelo Mengarda trouxe à tona a informação de que Marcelino já havia sido condenado pelo assassinato de outra companheira, em 1983 – ele cumpriu a maior parte da pena em regime aberto.

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Segundo o promotor, ambos os crimes ocorreram em circunstâncias parecidas. Mengarda ainda mencionou uma denúncia contra Marcelino apresentada pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul por crimes de estelionato e formação de quadrilha, em um caso de desvio de cargas.

Quando o promotor apresentou imagens gravadas no momento do socorro à Maria Regina, que faleceria instantes depois, no hospital, os familiares da vítimas não seguraram as lágrimas. O recurso chegou a ser questionado pela defesa, mas não houve restrição por parte da juíza Karen Francis Schubert Reimer.

Marcelino foi levado a julgamento pelo crime de homicídio por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Segundo o Ministério Público, ele foi o mandante da execução da ex-mulher.

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A investigação apontou que Marcelino teria contratado o amigo e funcionário Arno Alfredo dos Passos Filho para atirar na mulher porque não aceitava o fim do relacionamento deles.

Os dois foram presos em dezembro do ano passado. Arno não foi julgado ontem porque recorreu da decisão, mas deve ser levado a júri no ano que vem.