O Tribunal do Júri ficou lotado na tarde desta quarta-feira por uma plateia interessada em saber qual será o desfecho de um caso que teve grande repercussão em Joinville. O empresário Darci Venâncio Rosa Filho, de 35 anos, responde pelo crime de homicídio qualificado e sentou no banco dos réus para explicar como causou a morte da mulher, Cristiane Felício, 33, em junho do ano passado, num condomínio do bairro Santo Antonio.
Continua depois da publicidade
Ele confessou o crime, mas alegou legítima defesa quando ela teria partido para a agressão Darci foi preso em flagrante e ficou cerca de um mês no Presídio Regional de Joinville. Ele só deixou a prisão após pagar fiança de R$ 22 mil. Para a defesa do empresário, a morte de Cristiane foi desdobramento de uma situação que a própria vítima teria iniciado e contribuído.
O advogado Antonio Luiz Lavarda procurou desqualificar a acusação de homicídio, apresentando aos jurados um homem que não tinha a intenção de matar. Darci chegou a descrever a falecida esposa como “uma mulher instável e desequilibrada”.
Mas o promotor de justiça Ricardo Paladino descaracterizou essa imagem, apresentando aos jurados uma mãe preocupada com o casal de gêmeos, na época com cinco meses, e com a ausência do pai das crianças.
Continua depois da publicidade
Segundo a acusação, Darci ocupava os seus dias com atividades esportivas e jogos de cartas entre amigos. Enquanto isso, Cristiane trabalhava e cuidava dos filhos que nasceram prematuros.
Ainda de acordo com a acusação, Cristiane preocupava-se em perder a guarda das crianças, que teria sido cogitada pelo cônjuge em conversas sobre separação. Com base nos laudos periciais, Paladino denunciou o réu por homicídio qualificado por asfixia, com intenção de matar.
– Não estou dizendo que ele entrou naquele apartamento com a intenção de matar. Mas quando apertou o pescoço dela até provocar a morte, havia intenção de matá-la -, acusou.
Continua depois da publicidade
O promotor ainda rebateu o argumento de que a luta corporal que teria sido iniciada por ela, conforme o depoimento do réu. Segundo o laudo, a vítima sofreu várias lesões na face e no pescoço. Já Darci apresentava apenas uma contusão no olho.