O candidato à presidência do Afeganistão, Abdullah Abdullah, se proclamou vencedor das eleições nesta terça-feira, e rejeitou os resultados preliminares, que mostram uma grande vantagem de seu rival Ashraf Ghani.

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– Estamos orgulhosos, respeitamos os votos do povo, somos os vencedores – disse Abdullah, para milhares de simpatizantes em Cabul.

– Não aceitaremos um resultado fraudulento, nem hoje, nem amanhã, nunca – afirmou.

A disputa pelo resultado das eleições provoca o temor de confrontos étnicos, como os que levaram o Afeganistão a uma guerra civil entre 1992 e 1996. Mas Abdullah afirmou que deseja um país unido:

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– Não queremos a divisão do Afeganistão, queremos preservar a unidade nacional e a dignidade do país. Não queremos uma guerra civil, não queremos crise. Queremos estabilidade e unidade nacional, não divisão.

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Diante das afirmações de Abdullah, o secretário americano de Estado, John Kerry, advertiu nesta terça-feira contra qualquer tentativa de tomar o poder de forma ilegal no Afeganistão, e ameaçou cortar a ajuda financeira e de segurança ao país:

– Toda ação dirigida a tomar o poder por meios ilegais custaria ao Afeganistão o apoio financeiro e em matéria de segurança por parte dos Estados Unidos e da comunidade internacional – declarou Kerry em uma escala técnica em Tóquio.

O ex-economista do Banco Mundial, Ashraf Ghani, lidera a apuração dos votos da eleição presidencial afegã, à frente de Abdullah Abdullah, que denuncia fraudes em massa.

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Segundo os resultados preliminares divulgados na segunda-feira sobre a votação, que ocorreu em 14 de junho, Ghani tem 56,4% dos votos, contra 43,5% para Abdullah Abdullah. Os resultados oficiais são esperados para o dia 24 de julho, após verificações nos centros eleitorais.

Abdullah, que liderou no primeiro turno, nega-se a reconhecer os resultados se não for realizada uma análise detalhada dos casos de fraude que, de acordo com ele, provocariam sua derrota.

*AFP