O abastecimento de água na Grande Florianópolis começou a ser normalizado a partir de 20h desta quinta-feira, depois que duas das três adutoras danificadas foram consertadas. A tubulação é a principal de um sistema que abastece cerca de 700 mil habitantes de São José, Biguaçu, Palhoça e a região central de Florianópolis.

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De acordo com o superintendente regional de negócios da Casan, Carlos Alberto Coutinho, com os dois canos que fazem o transporte de água religados, o sistema consegue levar a água necessária para a estação de tratamento. A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento deve continuar o conserto da terceira adutora, de 500 mm, assim que as condições climáticas favorecerem o serviço.

Segundo Coutinho, os pilares de sustentação serão reforçados para evitar novos problemas.

– A estrutura, o assentamento dos pilares, as dimensões e cargas que os pilares podem sustentar, tudo é calculado e projetado. Foi um acidente, uma adutora se rompeu e a água que escorreu desestabilizou o pilar que sustentava as outras duas. Nesse conserto dos novos pilares, faremos reforço nas bases para que, em caso de rompimento de qualquer uma delas, a outra tenha uma sustentação maior.

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Faltou água em algumas regiões

Desde a manhã de quarta-feira, a Casan manteve caminhões-pipa para atendimentos emergenciais nos hospitais, maternidades, postos de saúde, asilos e clínicas médicas.

No início da noite de quarta-feira, o superintendente da Samae (antiga Águas de Palhoça), Sérgio Matiola, disse que o sistema do município operava com menos de 15% da pressão normal, impedindo o abastecimento de bairros mais altos, como Bela Vista, São Sebastião e Caminho Novo. Prédios mais altos, que não possuem cisterna, também foram afetados.

As causas do rompimento

Segundo a Casan, a chuva causou erosão no solo, provocando a queda de pilares que sustentavam as três adutoras. O resultado foi o rompimento dos canos, impedindo o transporta da água captada no Rio Pilões para a estação de tratamento Morro dos Quadros, no bairro Alto Aririú, em Palhoça.

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Local de difícil acesso

A região onde aconteceu o rompimento da adutora fica na Serra do Tabuleiro em local de difícil acesso, no meio da mata. Os canos descem da barragem do Rio Pilões por cerca de oito quilômetros, na maior parte do percurso não há acesso através de estradas, o que dificulta o reparo.

O sistema de abastecimento afetado foi o principal da Grande Florianópolis

:: A captação é feita no Rio Pilões, em Palhoça

:: Existe uma captação de água secundária no Rio Cubatão

:: As adutoras (canos) levam água do Rio Pilões por cerca de oito quilômetros até a estação, no bairro Alto Aririú, em Palhoça

:: A estação do Morro dos Quadros trata cerca de 2000 litros de água por segundo

Ao todo, cerca de 700 mil pessoasn foram afetadas

:: São José inteira

:: Toda a parte norte – acima do Rio Cubatão – de Palhoça (onde vivem cerca de 60% dos moradores)

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:: Região central de Florianópolis

:: Biguaçu inteira

Leia também:

:: Adutora rompe e prejudica abastecimento de água em Blumenau

Histórico recente

Falta de água não é novidade para os catarinenses, especialmente os moradores da Capital. Recentemente, no final de dezembro, pontos de todo o litoral de Santa Catarina sofreram com a escassez de água.

Na ocasião, a Casan e a Celesc garantiram que há produção suficiente e que investimentos estavam sendo feitos.

Em fevereiro de 2012, o mesmo problema – queda de pilar de sustentação – causou o rompimento da mesma adutora no Morro dos Quadros, em Palhoça, deixando 50% de Florianópolis com problemas no abastecimento.

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