O setor imobiliário foi a bola da vez dos últimos anos, gerando alto rendimento para muitas pessoas. Agora, o momento mudou e o segmento enfrenta grandes desafios.
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A Caixa Econômica Federal, que financia mais de 70% dos imóveis no Brasil, recentemente reduziu de 80% para 50% do preço do imóvel o valor máximo do financiamento para residências de até R$ 750 mil. Para imóveis acima deste valor, o limite caiu de 70% para 40%. Além disso, o custo efetivo total do financiamento subiu bastante e já está entre 12% e 14% ao ano.
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As taxas atuais estão bem salgadas. Na prática, muitos imóveis à venda podem não caber mais no bolso dos compradores. Corretores da região de Joinville dizem que o número de vendas de imóveis caiu bastante em 2015. Dependendo do nicho de mercado, esse número já reduziu mais de 50% em relação ao ano de 2014.
Os imóveis podem se valorizar por três razões: aumento da população, crescimento da renda e melhora das condições de financiamento. Como visto acima, o crédito agora está mais caro e escasso. O ritmo de crescimento da população brasileira deve continuar em leve queda e a renda teve uma piora significativa em 2015.
O desemprego voltou a crescer depois das eleições e já escutamos economistas comentando que esse indicador pode se aproximar de 10% com a recessão. Os salários reais caíram 3% nos últimos 12 meses. Enquanto este cenário se mantiver, devemos conviver com uma tendência de estabilidade ou queda dos preços dos imóveis.
Sem valorização dos preços ou com altas bem abaixo da inflação, dificilmente um imóvel será um bom investimento. A edição mais recente da revista Exame mostra que no primeiro trimestre de 2015 os imóveis valorizaram apenas 0,7%, versus alta de 3,8% da inflação. O momento parece ser propício para ficar fora desse mercado. Com os juros da renda fixa em 13,25% ao ano e novas altas a caminho, há poucas oportunidades no setor imobiliário que valham a pena.
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