Procurador do Ministério Público Federal em Itajaí, Roger Fabre é o responsável pela ação civil pública que suspendeu a obra do segundo acesso de Bombinhas. Nesta entrevista a O Sol Diário, ele fala das ilegalidades identificadas no projeto pelo MPF, afirma que não é contrário à construção de um segundo acesso e que a alternativa mais viável, até o momento, é um túnel.

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O que levou o Ministério Público Federal a pedir a suspensão da obra do segundo acesso a Bombinhas?

Roger Fabre – O que eu levantei na ação são inúmeros vícios no licenciamento ambiental. O Estado estava licitando um caminho sem que sequer tivesse sido levantado no estudo de impacto ambiental, uma atitude bem reprovável. A ação tem quase 100 páginas.

Nesses últimos dois anos apareceram novas propostas. Foi a pedido do Ministério Público que isso ocorreu?

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Fabre – Sempre deixei claro que não era contra a existência do segundo acesso, e isso está na própria ação. Mas topo de morro causa perigo de desbarrancamento, atinge unidades de conservação que tem naquela região, e também compromete as nascentes. A opção por cima do morro é bem ruim e só agrada a quem tem terrenos perto, porque gera ocupação às margens da estrada.

Como está esse processo agora?

Fabre – Está em fase de análise das alternativas novas que foram propostas. Me parece que está sendo cogitada ainda a original, pelo morro, e também analisada bem mais de perto a viabilidade de um túnel, que, pelo que tivemos de apoio do pessoal técnico, seria uma alternativa interessante.

Vendo a situação atual, quando o senhor acredita que essa obra poderá sair do papel?

Fabre – Quanto mais rápido o governo, em conjunto com o Ministério Público, chegar a uma situação que garanta a proteção do topo do morro e que seja ágil para o interesse da comunidade, melhor. A posição do Ministério Público é não sair estrada pelo topo do morro. Que seja buscado um túnel mais viável, mais curto, menos dispendioso. Isso não é uma licitação do menor preço, tem que ser interessante para a sociedade e não atingir o meio ambiente de forma muito grande. É um assunto que pretendo dar um bom encaminhamento até o final do ano.

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Leia reportagem sobre o segundo acesso a Bombinhas e a proposta de uma taxa para conter o turismo na cidade aqui.