Maria de Fátima Cecílio, que teve 40% o corpo queimado pelo ex-companheiro, conversou por telefone com a reportagem de “A Notícia” durante entrevista com a filha dela, Camilla Cabral. Falou do sofrimento, das expectativas, deixou um recado às mulheres e uma mensagem de fé.

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‘Minha mãe estar viva é um milagre’, diz filha de Maria de Fátima Cecílio

‘Com a graça de Deus, não tenho nenhum sentimento de ódio, nem de raiva. Eu, às vezes, fico pensando o ‘porquê’ (da agressão). A gente se dava bem, não tinha brigas, só que ele não aceitou a separação. Não sei o que se passou na cabeça dele. Quem sou eu para perdoar alguém? Quem tem que perdoá-lo é Deus. A mensagem que deixo às mulheres é: não deixem chegar ao extremo. A partir do momento em que começarem as ofensas, agressões verbais, pressão psicológica, não deixem chegar ao ponto de se tornar uma realidade, uma agressão.

Uma coisa que faço muito é orar. Porque ainda tenho muita viva (na mente) aquela noite (da agressão). Tenho medo de alguém chegar perto de mim, principalmente homem. Fico muito apavorada. Sinto muita dor. Estamos correndo contra o tempo para que eu não perca (a visão).

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Agradeço a todos os que oraram e ainda oram por mim. Eu quero muito agradecer as meninas que cuidaram de mim (no hospital): Cleo, Maria, Josi, Lari, Cleri, Valéria, os médicos e a defensora pública Ticiane. Agradeço muito a Deus e a todos que fizeram o máximo que podiam para me ajudar. Desejo um feliz Natal a todos e que o Menino Jesus possa renascer no coração de cada um de nós. Que seja um Natal de conversão entre as famílias e que o ano que está chegando seja o ano de misericórdia.’