Uma opinião bem formada, com base em conhecimento e vivência, é daquelas que só abro mão diante de contrapontos muito fortes. E a questão da volta da venda de bebida alcoólica aos estádios (trabalhada hoje no DC Esportes em matéria de Marcus Bruno) se enquadra a uma das convicções que tenho: de que não deveria ser revogada a proibição.

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Formei este ponto de vista ao perceber que, internamente, dentro dos estádios, o comportamento da torcida ficou melhor, mais civilizado. Ou, em outros termos, mais controlável. Se percebe quem está “para confusão” com mais facilidade.

Fala aqui alguém que gosta de tomar uma cerveja e assistir ao futebol (quando não a trabalho, claro), mas que abre mão deste prazer combinado em nome de um bem maior. Afinal, não é tão trágico assim ficar 90 minutos sem beber, não?

Aí podem perguntar: mas por que prejudicar uma maioria do bem, por causa de alguns descontrolados? Acontece que esta tese não se aplica, já que em ambientes coletivos, geralmente com forte componente de comoção, o álcool leva pessoas que não cometeriam atos violentos ou ofensivos a fazê-lo.

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Há um viés financeiro muito grande embutido nesta discussão. É, sem dúvida, uma fonte de receita importante para os clubes. Tivéssemos no Brasil um sistema mais aperfeiçoado de segurança, meu pensamento até poderia ser diferente. Já que, na Europa, a situação está relativamente sob controle (embora na Euro tenha havido problemas de mau comportamento das torcidas).

Enfim, o caminho parece ser o da liberação via legislação estadual em SC. Até isso é controverso, pois afrontará Lei Federal e, por certo, o Ministério Público entrará na parada, como já ocorre em Estados que hoje liberaram a bebida.