O chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal (PF) em Florianópolis, delegado Gustavo Trevisan, afirmou na sexta-feira que haverá investigação para apurar a viagem da catarinense Morgana dos Santos, 24 anos, à Itália, e o possível aliciamento feito por traficantes de SC. Leia a entrevista:
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Há suspeita que o caso da Morgana se trate do esquema catarinense de mulas com drogas para o exterior?
Está sendo muito comum essas prisões de brasileiros. A cada 15 dias um brasileiro, geralmente catarinense, está sendo preso na Europa e Austrália. A Itália geralmente é usada como rota, depois a droga segue para a Holanda.
Qual o motivo do aumento do número de prisões?
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Aliciamento e também está tendo mais prisões porque as polícias da Europa e Austrália já estão atentas desse modus operandi de transportar cocaína para lá. Eles olham brasileiro chegando sozinho lá já é suspeito, a bagagem já passa por uma vistoria minuciosa.
Tem a questão do perfil jovem dos multas também?
A gente passa esse perfil para eles, mas já alertamos que esse perfil deixou de ser regra. A gente já tem pessoas de mais idade, muda muito. O esquema continua sendo o mesmo: levar cocaína e retornar com ecstasy. Com a alta do dólar, fica mais lucrativo e é muito dinheiro.
Haverá investigação em SC para apurar a origem dessa droga que a Morgana levava?
Ainda não recebemos informação oficial da Itália, mas recebendo a gente vai investigar sim. Temos a coordenação geral de cooperação internacional da central da PF e é instaurado inquérito, ver como ela adquiriu essa passagem.
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Há mais catarinenses presos no exterior por tráfico?
Temos em vários países, além da Itália, França, Espanha muitos, Portugal, Nova Zelândia, muitos na Austrália, Bélgica também bastante, que é rota. Geralmente cumprem pena lá e são deportados.