Com a confirmação de novos casos de impetigo, agora na região Sul de Santa Catarina, aumenta ainda mais o número de alunos sem aulas e de escolas fechadas para higienização. Em Criciúma, 634 crianças de dois Centros de Educação Infantil (CEIs) e de duas escolas de ensino fundamental ficarão sem aulas até a semana que vem. O município já tem 54 casos confirmados da doença, sendo 49 em alunos e cinco em funcionários.

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Desde a semana passada, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC (Dive-SC) está investigando se realmente são surtos de impetigo ou se seriam de catapora devido à transmissão. Porém ainda não há conclusão das análises clínicas.

De acordo com a secretária de Educação de Criciúma, Rose Reynaud, o trabalho para conter a doença está sendo realizado com a parceria da Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e Secretaria de Saúde.

— Os diretores estão orientados para encaminhar ao médico os casos suspeitos da doença. Para que o aluno retorne, os pais precisam apresentar o atestado, pois em muitos a doença não se confirma. Se for o impetigo, o aluno é afastado de sete a 10 dias — explica a secretária.

Na região, Orleans e Tubarão também tiveram casos da doença. Em Orleans, a Gerência Regional de Saúde foi informada de pelo menos 20 casos, o que resultou em um encontro para discutir a doença e as ações a serem realizadas. Em Tubarão, a Fundação Municipal de Educação informa que são 22 casos, mas nenhuma escola foi fechada.

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O médico infectologista Fábio Gaudenzi de Faria, superintendente de Vigilância em Saúde, explica que a orientação, tanto em casos de impetigo ou catapora, não é o fechamento de escolas:

— A gente não recomenda até porque essas crianças podem não estar sendo observadas direito e se ela está na escola, a professora identifica que está doente e encaminha ao serviço de saúde. O fechamento de escolas é uma medida de exceção, é uma medida que raramente é utilizada pela epidemiologia. O ideal é que o paciente seja afastado.

O impetigo é uma infecção da pele causada por bactérias como o Staphylococcus aureus e também Streptococcus pyogenes, podendo apresentar lesões avermelhadas, vesiculares, pustulosas, crostosas ou até bolhosas. Costuma aparecer secundariamente a ferimentos mal higienizados, sendo que acomete principalmente crianças pequenas, pois estas têm dificuldade de seguir as recomendações que reduzem o risco de infecção nas feridas de pele (higiene constante das mãos e das feridas, evitar coçar a lesão, manter unhas curtas e limpas).

Embora a transmissão das bactérias causadoras do impetigo ocorra através do contato, o impetigo não costuma levar a surtos ou epidemias, pois as bactérias já são colonizantes da pele, aparecem secundariamente a ferimentos e outras lesões.

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