O Avaí tem importantes desafios neste 2009. Tenta conquistar o título do Campeonato Catarinense depois de 11 anos e pretende fazer uma boa campanha na Série A do Brasileiro. Como em uma peça de teatro bem-feita, o clube precisa agir em três frentes para conseguir estes objetivos: ter um bom palco (a Ressacada), um grande elenco (manter jogadores e contratar reforços) e um equilíbrio no orçamento (o caixa).
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Confira, nesta entrevista com o presidente do Avaí, João Nilson Zunino, o que está sendo planejado em cada setor e quem está ao lado do Leão para igualar o poderio de clubes tradicionais do Brasil, que contam com orçamentos bem maiores.
O palco
Desde 2007, a Ressacada passa por melhorias, como reforma dos vestiários, do departamento médico e de parte do centro de treinamentos, além da construção da cobertura no Setor B.
– O governador Luiz Henrique, por meio do Fundesporte, nos permitiu fazer estas melhorias com a arrecadação de R$ 1,5 milhão. Se não influi diretamente no futebol, cria um ambiente de alto-astral para o torcedor.
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Só que a Ressacada ainda está pequena para o Brasileirão. Até abril, a capacidade deve ser ampliada para, no mínimo, 15 mil lugares, número exigido pela CBF. Atualmente, cabem cerca de 13,5 mil pessoas no estádio.
O novo plano é que o Setor B seja ampliado em cerca de 30 metros para cada lado, avançando nos setores C e D. Além da nova estrutura ser mais alta, haverá mais camarotes.
– Ainda estamos em fase de orçamento. Acho que deveremos investir cerca de R$ 4 milhões. A ideia é que este valor seja arrecadado pelos próprios camarotes.
Também está em discussão a construção de uma arena. A parceria é com a WTorre Arenas, a mesma que projeta os estádios do Palmeiras e do Coritiba.
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O elenco
O grande parceiro do Avaí para montar o grupo, manter jogadores e trazer reforços é a LA Sports, do empresário Luiz Alberto, parceiro do Leão desde o início da Série B de 2007.
– A LA Sports é a nossa expertise. O Luiz Alberto descobre atletas de talento que sejam importantes para o clube. Um exemplo é o Vandinho, que foi para o Flamengo. Ele vê um jogador de nível que ainda não estourou. Mas a última palavra em contratação é do Avaí, da comissão técnica.
A Traffic começou junto com a LA Sports, também em 2007. Mas, aos poucos, diminuiu sua participação no futebol.
– Como a Traffic investe em jogadores consagrados, eles os colocam em times grandes, como Palmeiras, Fluminense e Flamengo. Mas a Traffic continua sendo uma grande parceira no patrimônio – explicou Zunino.
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Outro parceiro, mas de forma informal, é o Flamengo. O Avaí pode pegar jogadores do rubro-negro e, em troca, o clube carioca tem preferência para a compra de atletas revelados no Leão. Por enquanto, nenhuma negociação foi feita neste sentido.
O caixa
Desde 2002 à frente do Avaí, o presidente João Nilson Zunino só não viu o clube deficitário em uma oportunidade, quando Fantick foi vendido para o América, do México. Agora, na Série A, a expectativa é de que o time seja superavitário.
– Nós não podemos gastar mais do que arrecadamos, que era o que vinha acontecendo na Série B. Na Série A, na pior das hipóteses, nossa receita será três vezes maior. Os gastos devem crescer cerca 30%. Nós tínhamos um déficit muito grande.
A longo prazo, para manter o clube superavitário e, assim, poder trabalhar com mais planejamento, o presidente aposta em outra parceria.
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– O grande parceiro do Avaí é o sócio, é o torcedor. Estamos com aproximadamente 8,5 mil sócios. Minha meta é chegar a 15 mil neste ano. É a única forma que nós temos de manter um orçamento capaz de não deixar o Avaí em dificuldades de manter uma grande equipe.