Em um olhar sobre o mapa de Joinville no início dos anos 1980 e a configuração atual, é possível perceber áreas inteiras que, antes praticamente inabitadas, tornaram-se locais de ampla expansão urbana. A zona Sul é a principal delas: em menos de quatro décadas, ela passou de 69.682 moradores em sete bairros a 205.549 moradores em 15 bairros, em um crescimento que não está perto de estagnar. A expectativa é que, nos próximos anos, a cidade se volte para o Sul, investindo naquela região o foco do desenvolvimento econômico e urbano. Para isso, boa parte dos esforços da gestão pública começam a ser empregados para garantir a infraestrutura daquela parte da cidade que, atualmente, concentra quase metade da população joinvilense.

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— Esta área vai se expandir para atender ao interesse econômico da cidade, que hoje tem poucos lotes para construção de indústria em outros pontos. E esta expansão precisa ocorrer de forma muito estratégica, porque não temos outras áreas para crescer em Joinville — afirma o secretário de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável, Danilo Conti.

Um projeto está sendo desenvolvido pela secretaria para definir as três áreas de expansão urbana de Joinville e deve ser enviado à Câmara de Vereadores até o fim do ano. Nele, a zona Sul detém a maior extensão geográfica para ocupação, em um crescimento em direção à BR-101 e ao futuro campus da Universidade Federal de Santa Catarina, onde também há intenção de promover a instalação de um novo parque industrial, voltado para a tecnologia.

Segundo Conti, há uma loja de varejo e um hipermecado projetando instalação ao longo da rua Santa Catarina, além duas redes de hospitais particulares que também procuraram a secretaria para falar sobre construção de unidades.

— A região Sul é o novo eixo de desenvolvimento da cidade e a iniciativa privada já entendeu isso. É impressionante o número de investidores interessados naquela região. A Prefeitura precisa qualificá-la para isso — avalia o secretário.

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A população da zona Sul é formada principalmente por famílias de classe média e baixa — na maioria dos bairros, a média salarial varia de menos um a três salários mínimos — que contam com poucas opções de lazer e precisam percorrer grandes trajetos para trabalhar e estudar.

Com crescimento baseado na horizontalidade, os bairros da zona Sul são basicamente dormitórios, criados a partir de loteamentos e de ocupações irregulares. O desafio da administração pública é preencher as lacunas dos equipamentos públicos da região antes que ela aumente de tamanho.

— O ponto positivo de fazer loteamentos é que, ao fazê-los em locais estratégicos, é possível atender aquela comunidade com mais qualidade. A Prefeitura já possui terrenos para construção de escolas e unidades de saúde — analisa o gerente de engenharia da Secretaria de Habitação, Maurício Diniz Martins.

A expectativa do secretário de planejamento é que, a partir da aprovação dos instrumentos de indução de desenvolvimento urbano, seja possível investir em mais infraestrutura nestes bairros.

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— A ideia é começar a desengavetar os projetos para a região. Não é justo fazer área de expansão urbana sem antes ter equacionado os problemas da área que já está urbanizada — diz.

Entre prioridades e problemas: quais são os investimentos e planos para a região

Unidades de saúde

A região Sul tem prioridade na cobertura de estratégia da saúde da família nas unidades básicas de Saúde. Das 18 unidades de saúde (sem incluir a pertencente ao Presídio Regional de Joinville), 11 já foram reorganizadas de acordo com este modelo de atendimento. A próxima unidade a ter a estratégia implantada é a UBS Floresta. A UBSF Edla Jordan (Petrópolis) e a UBS Jarivatuba também terão ampliação na equipe.

Estão em obras novas unidades de saúde nos bairros João Costa e Boehmerwald. Há planejamento para a construção de uma nova unidade no Jardim Edilene (ainda sem data) e a revitalização da atual estrutura do Jardim Edilene. Estão previstas ainda as reformas e ampliação do posto do KM4 e a revitalização da UBSF Itinga Continental.

Habitação

Um loteamento está previsto para ter a execução iniciada em breve na rua Cidade de Luziana, no bairro Itinga. São 150 lotes para casas, dois lotes para prédios de apartamentos e espaço para áreas públicas. Além disso, a Secretaria de Habitação agora trabalha para regularização de lotes nos bairros da zona Sul: são cerca de 1600 lotes irregulares, com mil em processo de regularização.

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Lazer

Os bairros contam, basicamente, com praças e com a estrutura do Parque da Cidade, no Guanabara; e do Parque São Francisco, no Adhemar Garcia. Há também o Parque Caieira, que é uma unidade de conservação da natureza de proteção integral, no Adhemar Garcia, próximo à Lagoa do Saguaçu.

Cultura

A criação de uma unidade da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior na Zona Sul faz parte do Plano de Governo, está previso no plano plurianual e tem rubrica aberta para viabilização. A Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) se prepara para fazer captação de recursos externos e já informou a Secretaria de Gestão de Pessoas sobre a demanda de cargos que serão necessários para a nova unidade. Mas não há projeto nem local definido de onde a escola vai funcionar, nem orçamento estimado para a implantação da unidade.

Educação

Para a educação infantil, estão previstos três novos CEIs: Morro do Amaral, Boehmerwaldt e Paranaguamirim, além da ampliação de sete CEIs – dois no Paranaguamirim, no João Costa, no Floresta, no Itaum e no Fátima.

No ensino fundamental, há o projeto de uma nova escola no bairro Paranaguamirim, perto do loteamento Jardim Edilene, e a ampliação de três escolas, nos bairros João Costa e Paranaguamirim.

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No ensino médio, há 12 escolas atendendo os 15 bairros. Três delas ficam no Paranaguamirim e a mais recente, a Escola de Ensino Médio Luiz Henrique da Silveira, foi inaugurada no Parque Guarani. Não há planos de novas escolas estaduais.

No ensino superior, não há instituições de ensino na região. O campus da UFSC, que em seu projeto prevê atender 15 mil alunos, não tem prazo para ser instalado na região.

Esporte

O Centro de Iniciação Esportiva, com capacidade para atender de 3 a 4 mil pessoas e oferecer aulas de diversas modalidades esportivas, está previsto para ser construído no bairro Santa Catarina. O projeto foi enviado para análise para a Caixa Econômica Federal no fim de junho e a instituição tem até setembro para devolver, com aprovação ou não. Depois, a Prefeitura tem até dezembro para fazer a licitação.

Pavimentação

Como na maioria dos bairros, a maior reclamação dos moradores da zona Sul é a pavimentação. O último edital de licitação para pavimentação, com recursos próprios da Prefeitura, beneficiará as ruas Paranaguamirim, Adelaide M. Vieira, Wenceslau Raboch, General Hugo de Abreu, Alfredo Timm , Eng.º Pedro H. Petry e Deputado Estivalete Pires. As obras serão realizadas conforme orçamento disponível. Em outras vias, a proposta da Prefeitura é trabalhar com a parceria com a comunidade em investimentos em pavimentação, através do programa de adesão dos moradores.

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