Eles comandaram times à glória maior, mas, em Copas seguintes, provaram com amargura sua humanidade.
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Zidane, elegante até perder a classe
Zinédine Zidane foi eleito pela Fifa como melhor jogador do mundo em 1998, 2000 e 2003, e foi o comandante vitorioso na Juventus, de Turim, e no Real Madrid. Mas a vida esportiva deste descendente de avós argelinos que conquistou o que Platini nunca conseguiu – uma Copa do Mundo _ inclui também seus altos e baixos. Lamentavelmente, dois de seus picos de glória se deram em cima da Seleção Brasileira.
Em 1998, o Brasil chega a Paris para fazer a final com a dona da casa. Os franceses, desvanecidos com aquele que era o encerramento dos sonhos: enfrentar o tão admirado futebol brasileiro. Ronaldo, o craque canarinho, teria sofrido uma convulsão, e entrou descontado em campo, muitos dizem que por pressão de patrocinadores. Zidane, entretanto, não tremeu. Depois de atuações apagadas, parecia ter guardado tudo para a final – inclusive dois gols de cabeça, fundamento que não sua especialidade.
Na Copa de 2006, bleus e canarinhos se enfrentam de novo nas quartas. Era o pior dos mundos: Zidane vinha jogando mal o torneio todo e disputaria uma partida decisiva contra o Brasil. Dito e jogado: o único gol da partida veio de um cruzamento dele, e ainda houve tempo de dar um chapéu em seu amigo Ronaldo. Aí veio o grande baixo: final, Itália e França. Houve um vislumbre de céu, quando Zidane abriu o placar cobrando pênalti de cavadinha. Mas o inferno se abriu quando o defensor Materazzi teria ofendido a irmã de Zidane, que retribuiu a gentileza com uma cabeçada no peito do italiano. Cartão vermelho para o craque francês.
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No final, Azzurra campeã as penalidades máximas, e Zidane no chuveiro. 2013 é o ano em que Zidane inicia uma nova carreira: será técnico nas categorias inferiores do Real Madrid. Tomara que ensine as melhores lições que aprendeu no futebol.
Ele disse:
– Não quero ser uma estrela, mas um bom exemplo para as crianças.
O semideus argentino cai do panteão
Diego Armando Maradona é sem dúvida um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos, E ninguém discute que ele leva a taça de mais polêmico.
Em 1978, Maradona não estava em campo quando da vitória da Argentina. O treinador César Luiz Menotti preteriu o Pibe de Oro na convocação final, para desgosto de Dieguito. Pouco antes da Copa de 1982 já encontrou Maradona se transferiu para o Barcelona por uma quantia então espantosa de 7 milhões de dólares. Na Copa, entretanto, a Argentina exagerou na festa e topou com o Brasil de Zico, Falcão, Júnior Sócrates. Faltando minutos para terminar o jogo, vencido pelo Brasil, Maradona agrediu Batista, achando que estava acertando Falcão. Expulsão. Pequeno inferno.
Mas 1986 foi o ano do bicampeonato mundial da Argentina. E o jogo emblemático foi contra a Inglaterra, ainda com a lembrança da Guerra das Malvinas. Maradona marcou dois gols – ou foi um? A dúvida é porque o primeiro resultou de uma dividida com o goleiro britânico, quando Dieguito desviou a bola com a mão – a mão de Deus, diria ele, talvez em um ato falho de soberba. Mas, no segundo, ele dribla quatro ingleses, naquele que foi considerado o tento mais belo daquela Copa.
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1994 foi o inferno absoluto. Flagrado no antidoping por uso de efedrina, Maradona foi eliminado da Copa e suspenso. Tempos depois, disse que teria se iniciado na droga ainda na época em que jogava no Barcelona.
Desde então, Diego já fez redução de estômago, internou-se várias vezes em clínicas de reabilitação, treinou varas equipes (inclusive a Seleção argentina, em 2010). Em 2013, é cogitado para orientar o Argentino Juniors, primeiro time onde jogou. Maradona, mestre no futebol, é mestre em começar de novo.
Ele disse:
– As pessoas têm de entender que Maradona não é uma máquina de alegria.