Universalizar o ensino entre as crianças de quatro e cinco anos até 2016 é a meta mais ousada a que Itajaí se propõe por meio do Plano Municipal de Educação. O documento, que começou a ser elaborado no fim de 2013, por meio de um fórum com 14 entidades do setor, está pronto, mas ainda vai passar por uma revisão antes de seguir para o departamento jurídico da prefeitura e ser aprovado pela Câmara de Vereadores para virar lei. Acesse aqui o resumo do plano.

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O desafio do município quanto às creches é atender 50% da demanda até 2025. Hoje,conforme o secretário Municipal de Educação, Edison d’Ávila, aproximadamente 2,3 mil crianças aguardam na fila por vaga em creches da cidade. O número não é o exato, de acordo com o professor, porque a demanda varia todos os dias à medida que novas inscrições são feitas e novas crianças são contempladas.

_ O problema não é a quantidade de crianças, na verdade o número não é exageradamente grande, só que o município está sozinho neste tipo de atendimento _ afirma.

O coordenador da pasta explica que Itajaí esperava contar com recursos federais para construir três novas creches neste ano, mas até agora não recebeu o aporte do Ministério da Educação.

_ Inicialmente, a União iria contratar as obras através de empresas que o MEC licitou, mas recebemos a informação que esse sistema não vigorou _ informa.

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Arrumar o recurso para viabilizar os três centros infantis é a pauta do momento na secretaria. A meta de d’Ávila é encontrar uma solução até o fim de junho.

Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas do município é outra meta audaciosa, mas que está alinhada ao Plano Nacional de Educação. Diferente de Blumenau, por exemplo, que abraçou o desafio de implantar o sistema em 65% dos colégios.

_ Essa é a segunda meta de maior exigência para o poder público, mas já temos uma boa caminhada _ observa o secretário.

Segundo d’Ávila, das 40 escolas municipais, 19 delas já contam com turno integral, o que equivale a aproximadamente 30% da meta estipulada no plano. Em contrapartida, no ensino infantil as 64 creches disponibilizam atendimento integral.

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A versão do documento a que O Sol Diário teve acesso ainda não é a definitiva. Ao apreciar o Plano Municipal de Educação, os vereadores podem suprimir, acrescentar e modificar metas e estratégias propostas. O secretário espera que o documento seja avaliado pelo Legislativo ainda em junho.

_ Fiquei muito satisfeito. O plano ficou com muita substância, adequado a realidade educacional de Itajaí. Tem muita articulação com o sistema privado e foi pensado no futuro, nas necessidades que Itajaí tem de se desenvolver socialmente. Ficou funcional, objetivo e com perfeitas condições de ser exequível _ avalia.

O próximo passo após o plano virar lei é tornar o fórum permanente, para que haja uma fiscalização do cumprimento das metas, por meio das estratégias previstas no documento, para os próximos 10 anos. O fórum é composto por entidades educacionais como a Gerência Regional de Educação (Gered), Univali, Instituto Federal de Educação (IFSC), Sistema S (Senai, Senac, Sesc), sindicatos de professores e a Secretaria Municipal de Educação.

Evasão escolar

Outro desafio que terá de ser vencido até o próximo ano é a universalização escolar para os adolescentes entre 15 e 17 anos. Apesar de o ensino médio ser uma obrigação do Estado, d’Ávila garante que a dificuldade nesse caso não é a falta de vagas, mas manter os alunos estudando.

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_ A permanência desse aluno na escola está cada vez mais difícil. A evasão escolar é muito grande. Esse é um problema com o qual o Estado vai ter que se deparar _ afirma.