Semana passada, eu liguei The Legend of Zelda: Ocarina of Time na Nintendo Switch Online apenas para pegar algumas imagens para o texto. E não consegui parar mais de jogar. É incrível o quanto esse game é envolvente.

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Desde que joguei pela primeira vez, em 1998, ano que ele saiu, ele me vem à mente de vez em quando. Já tive algum tempo para pensar por que ele é o grande game aclamado pela crítica, já que nunca foi superado em sites como o Metacritic, mesmo com outros tantos bons jogos da mesma série, por exemplo. O que Ocarina of Time tem que os demais Zeldas não têm? Acho que, para mim, ele é uma jornada de herói perfeita.

Ocarina of Time é o jogo incrível, fantástico, que colocou a série no 3D. E o melhor jeito de fazer isso foi sendo bem básico, uma jornada de herói mesmo. E não me refiro aqui exatamente ao livro O Herói das Mil Faces, mas a uma ideia de aventura de um protagonista solitário. É uma jornada com aqueles elementos clássicos de uma história, sim. Se você parar para pensar, ele não inventa muita moda.

O jogo traz o clássico herói medieval no cavalo. Tem mágica, mistérios, bruxas, castelos. E aqueles personagens estilo “mestre”, que são antigos e têm grande sabedoria, que vão contando a situação do mundo ao herói.

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Todos os outros games 3D principais que vieram depois de Ocarina of Time inventaram algum outro aspecto importante e diferente para a jogabilidade. Em Majora’s Mask, tem as máscaras e a volta no tempo. Wind Waker trouxe a navegação. Twilight Princess, o Link lobo. E Skyward Sword tem uma forma de controle totalmente diferente. Até chegar ao Breath of the Wild, que mudou tudo de novo.

O clássico do clássico

Em Ocarina of Time, você tem a ocarina como algo diferente. Mas é só. O resto é o clássico do clássico, é a espada, o arco e flecha, o cavalo. O típico herói medieval.

Foi uma ótima pedida, já que os jogadores já tinham uma grande mudança com que se acostumar, a do 2D para o 3D. Então melhor não complicar muito.

Uma característica que eu acho que ajuda a tornar o jogo lendário é justamente esse formato de épico medieval, em que um personagem conta a situação para o herói, diz para onde ele deve ir. Nesse outro lugar, ele conhece outra pessoa, que dá mais um pedaço de informação, direciona-o para mais um outro local.

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Se você pensar, Ocarina of Time é um jogo bem objetivo, quase linear. Você tem uma ordem de templos para cumprir e os personagens estão toda hora te dizendo aonde ir. Inclusive, o local fica assinalado no seu mapa. Bem diferente dos Zeldas atuais, em que você não consegue dar dois passos sem desviar da missão principal. E não estou reclamando de nenhum dos formatos, gosto dos dois.

Mas às vezes é tão bom um jogo mais objetivo. Levo séculos para fechar um Zelda novo porque quero fazer tudo antes de ir para missão principal, ir em cada cantinho, ajudar cada Korok.

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No Ocarina of Time, lá vai a Árvore Deku dizer para você ver a Zelda. E ela, como uma louca de pedra, fala de um sonho que ela acha que é uma profecia, e ela e a Impa te mandam para a Vila Kakariko. E por aí vai.

Você vai seguindo o caminho e a jornada do herói vai se formando. Às vezes é tão bom uma certa linearidade. Uma jornada bem controlada pode ser incrivelmente épica. Voltar a esse jogo e ser um herói, reviver tudo isso é um prazer indescritível. Se existe o épico de fazer a sua própria jornada, como nos Zeldas novos, sempre existe voltar a ser o clássico herói do tempo. Viva Ocarina of Time!

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