José Ribamar Coelho Santos tinha 11 anos quando conheceu a música de Zé Ramalho. O menino tornou-se Zeca Baleiro, e o impacto sentido naquela primeira vez transformou-se na admiração evidente no show Chão de Giz, que acontece nesta sexta (19) às 21h no Teatro Ademir Rosa (CIC), em Florianópolis. No palco, o maranhense interpreta sucessos e pérolas esquecidas do menestrel paraibano.

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– Acho que temos em comum, especialmente, a paixão pelo folk e pelo cordel – teclou Baleiro em seu computador HP 1150 no intervalo do jogo Argentina x Uruguai pela Copa América, na última terça.

O gol de Aguero no segundo tempo o fez parar de ver a partida. Azar dos uruguaios, sorte nossa: ele parou de assistir à partida e foi responder as demais perguntas, conforme você pode conferir abaixo.

O que você levou em conta para definir o repertório?

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Um “tributo” a um cara como Zé, com cerca de 40 anos de carreira e repertório consolidado, não poderia omitir seus sucessos populares, concorda? Mas fazer um show só com os hits seria tedioso e nada desafiador. Juntei as canções-estandarte como Avohai e Admirável Gado Novo a lados B como Pequeno Xote e Kamikaze, e fui até os primórdios de sua carreira, recuperando uma canção do disco em parceria com Lula Côrtes, o hoje mítico Paêbirú. Reverenciar – e em alguns casos subverter – a sonoridade de suas canções também foi um processo muito prazeroso.

Desde sua primeira vez em Florianópolis, quem mudou mais, você ou a cidade?

Acho que Floripa mudou mais que eu, embora eu tenha mudado bastante também (risos). Eu a conheci num tempo em que era mais “rústica”, antes de começar este grande inchaço urbano, a ficar mais povoada. Mas ainda é uma cidade muito cheia de poesia para mim. Em certos aspectos, me lembra bastante a minha cidade-natal, São Luís, não por acaso também uma ilha.

O que você tem ouvido ultimamente?

A baiana Jurema e o pernambucano Juliano Holanda foram alguns que me impressionaram em audições recentes. São criativos e inteligentes, prezam a poesia e a sonoridade das canções.

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ENTURMADO

Além do show, Zeca Baleiro vai matar a saudade dos amigos que fez por Santa Catarina recentemente. Ele compôs a trilha de Oração do Amor Selvagem, novo filme do diretor Chico Faganello, que trata de amor, violência psicológica e religião no Sul do Brasil na década de 80.

A partir das referências do roteiro, já cheio de músicas, o artista criou peças com releituras de clássicos da música sertaneja e temas de culturas locais com uma levada de suspense. O longa, rodado em Antônio Carlos e Urubici há um ano, deve estrear no segundo semestre.

– Nos intervalos dos ensaios e gravações, Zeca participava dos saraus com a equipe em uma pousada no meio da floresta – lembra Faganello.

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AGENDE-SE

O quê: show Chão de Giz, de Zeca Baleiro

Quando: sexta (19/6), às 21h

Onde: Teatro Ademir Rosa (CIC) (Av. Governador Irineu Bornhausen 5600 – Agronômica – Florianópolis)

Quanto: R$ 190, R$ 95 (meia), R$ 140 (Clube do Assinante – titular e acompanhante), à venda nas bilheterias do CIC, TAC, Teatro Pedro Ivo e na loja e site Blueticket

Informações: (48) 3664-2555