Zeca Baleiro, que se apresenta pela primeira vez em Blumenau nesta quinta-feira, nasceu como José de Ribamar e só aos 17 anos adotou o novo nome. Desde lá, já cansou de explicar a história sobre o apelido, que ganhou na faculdade e nunca mais deixou. Ele sempre tinha balas em mãos.

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Para muitos, o maranhense é apenas conhecido como músico popular. Para outros, atentos à carreira, ele também é um locutor de rádio e escritor. Os locais por onde circulam as palavras dele são amplos: música, literatura, cinema, comportamento, religião e gastronomia, que podem ser vistos nos livros Bala na Agulha – Reflexões de Boteco, Pastéis de Memória e Outras Frituras (2010) e Vida é um Souvenir Made in Hong Kong (2011), que trazem as composições.

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Mas ele não deixa de lado a vida de músico. Após 10 álbuns autorais, no início deste ano lançou Disco do Ano, pela Som Livre, que faz alusão à obsessão que o mercado e os formadores de opinião têm quanto a fazer a aposta certa no grande disco feito no ano.

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Confira uma entrevista com o cantor, por e-mail, sobre o novo disco e o show Calma Aí, Coração, que apresenta amanhã no Teatro Carlos Gomes, em Blumenau.

Jornal de Santa Catarina – Você tem criado para outros meios: livros, rádio, teatro. A música já deixou de ser o suficiente para se expressar?

Zeca Baleiro – (Risos) A música é e sempre será minha principal atividade. Mas gosto de me aventurar por outras searas, por isso aqui e ali me envolvo com outros meios, outras linguagens e projetos.

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Santa – O que você acha do atual cenário musical brasileiro? Ainda conseguimos produzir um som novo?

Zeca – Sim, sempre. Hoje o “novo” vem mais das possibilidades tecnológicas do que das conquistas estéticas exatamente. E também da capacidade de comunicação, que é um trunfo do artista. Há muita gente produzindo boas coisas, o problema é que é difícil essa produção chegar ao grande público.

Santa – A faixa piadista Mamãe no Face, do seu novo disco, cita vários veículos de imprensa. Estar na mídia realmente é o ponto alto de todo artista? O nome do disco segue a mesma linha. Por que esta escolha?

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Zeca – O “ponto alto” é ter uma produção suficientemente rica a ponto de a mídia não poder te ignorar (risos). O nome do disco é uma alusão irônica às listas e eleições de “melhores”. Algo que subestima a inteligência e a capacidade de escolha do público.

Santa – Três das faixas fazem referências a redes sociais. Esta é uma forma de chegar próximo de um público que está começando a acessar este novo mundo agora? Zeca – Não exatamente, mas também. Tenho filhos adolescentes e o tema me interessa de fato. As redes mudaram o mundo, ninguém pode fechar os olhos a esse fenômeno, e nós, artistas, muito menos.

Santa – É a primeira vez que você faz um show em Blumenau. Qual a expectativa? Quais músicas o público pode esperar na apresentação de amanhã?

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Zeca – Imensa. Já houve várias promessas de show aí que não se concretizaram. Vai ser bom conhecer a cidade e interagir com o público de Blumenau. Algumas músicas que não podem faltar são Heavy Metal do Senhor, Quase Nada, Babylon, Telegrama…

Show de Zeca Baleiro – No Teatro Carlos Gomes (Rua XV de Novembro, 1181, Centro), fone: (47) 3144-7166. Ingressos do 1º lote: R$ 90 e R$ 45 (meia). Quinta-feira, 21h.