O deputado de Santa Catarina Zé Trovão (PL/SC) partiu para cima de André Janones (Avante/MG) nesta quarta-feira (5), após a sessão do Conselho de Ética da Câmara que arquivou um processo disciplinar contra o parlamentar mineiro por um suposto esquema de “rachadinha”, ou seja, desvio de salário de funcionários do seu gabinete.

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De acordo com o g1, que cobriu a sessão, o caso ocorreu logo após a decisão pelo arquivamento do processo. Parlamentares de oposição se dirigiram em direção a Janones aos gritos de “rachador” e “covarde”.

Os parlamentares trocaram empurrões e insultos. Em meio à confusão, a Polícia Legislativa da Casa precisou intervir. André Janones teve que deixar o plenário do colegiado escoltado.

Imagens obtidas por Igor Gadelha, colunista do Metrópoles, mostram Janones deixando o plenário acompanhado de assessores, sob gritos e ofensas de alguns deputados.

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Em dado momento, Zé Trovão deixa a sala correndo atrás de Janones. O deputado de Santa Catarina, porém, não consegue alcançar o colega mineiro, pois foi contido por aliados e policiais legislativos.

No Instagram, Trovão compartilhou o vídeo da briga e fez uma publicação chamando Janones de “rei das rachadinhas”. Já Janones não se pronunciou nas redes sobre a confusão com Zé Trovão.

Vídeo mostra Zé Trovão reagindo à decisão

Sessão turbulenta

A confusão com Zé Trovão não foi a única da reunião do Conselho de Ética, ainda de acordo com o g1. A sessão foi marcada por trocas de insultos entre parlamentares contra e a favor do processo contra Janones. A certa altura, o plenário teve que ser esvaziado.

Janones era alvo de uma denúncia, apresentada pelo PL, que pedia a sua cassação por uma possível quebra de decoro parlamentar. No documento que deu origem ao processo, aberto em dezembro passado, a sigla afirma que a prática atribuída ao deputado era “repulsiva” e “eticamente deplorável”.

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A representação fazia referência a uma mensagem de áudio, divulgada pela imprensa no último ano, na qual o deputado mineiro diz a assessores que parte deles teria que devolver uma quantia do salário para abater um prejuízo na campanha eleitoral de 2016.

Em seu parecer, Boulos disse que o caso não deveria prosseguir por tratar de “fatos ocorridos antes do início do mandato” atual de André Janones. Na argumentação, utilizou um caso antigo do Conselho de Ética que envolvia o então deputado e hoje ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA).

À época, o órgão rejeitou a denúncia e arquivou a ação por entender que tratava de fatos anteriores ao mandato de Costa. O deputado era acusado de participar de esquema de desvio de recursos públicos destinado à construção de 1.120 casas populares.

“Não há justa causa, pois não há decoro parlamentar, se não havia mandato à época — o que foge do escopo, portanto, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar — o mesmo caso visto agora”, escreveu Boulos.

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