Na torcida para que Império – novela da qual fez parte da equipe de colaboradores de Aguinaldo Silva – fature o prêmio internacional Emmy no domingo, Zé Dassilva prepara-se para um 2016 promissor. E não apenas na telinha: em abril, o roteirista da Rede Globo e chargista do Diário Catarinense estreia no cinema assinando o enredo da comédia romântica Se a Vida Começasse Agora. No mesmo mês, o criciumense radicado no Rio de Janeiro volta à TV no time que está ajudando a autora Márcia Prates a escrever Liberdade, Liberdade, o próximo folhetim da faixa das 23h. A trama já tem Mateus Solano, Andréia Horta e Caio Blat confirmados no elenco.
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– Trata-se de uma ficção a partir de uma personagem que existiu: Joaquina, a filha de Tiradentes – adianta, sem entrar em maiores detalhes por razões contratuais de confidencialidade.
Perfil: Este tal José da Silva
Questionário Proust com Zé Dassilva
Mas do filme Zé pode falar à vontade. Ele aproveitou que o Rock in Rio completou 30 anos em 2015 e criou uma história tendo o festival como pano de fundo. A direção é do conterrâneo Roberto Carminatti (da novela Caminho das Índias e dos longas Segurança Nacional e A Fronteira) e de Alexandre Klemperer (Alto Astral).
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– Os protagonistas são Beto (Caio Castro) e Bia (Luiza Valdetaro). Eles se conhecem no primeiro Rock in Rio, em 1985, e vivem encontros e desencontros nas edições seguintes do festival. Em paralelo, há os metaleiros, que chegam lá para zoar, ficam em barracas, uma bagunça. Marcelo Serrado interpreta Roberto Medina (idealizador do evento).
Para não perder a mania de citar o Estado em seus textos, a atriz interpreta uma jovem que é de Floripa e no Rock in Rio de 1991 aparece um cara com camiseta do Criciúma.
– É que eu saí de Santa Catarina, mas Santa Catarina não saiu de mim. Por eu torcer para o Tigre, de vez em quando incluía o clube em alguma situação envolvendo um personagem. Agora, tem amigos meus que já estão botando também: o Manoel Jacobina e o Rodrigo Salomão, que escrevem Malhação; o Marcius Melhem, de Os Caras de Pau e do novo Zorra. Depois eles me perguntam se eu vi. A coisa está saindo do controle – conta Zé (confira relação abaixo).
Além da TV e do cinema, ele ataca de escritor, não larga o desenho de jeito nenhum e está sempre com algum projeto na cabeça. Como trabalha em casa, sem o chefe ali do lado para cobrar, obrigou-se a ser disciplinado. Acorda, arruma-se, evita ligar o computador antes do café (“senão já começo a trabalhar em jejum”), escreve pela manhã e tem hora para almoçar. À tarde, volta para a lida e sai para caminhar por Copacabana lá pelas 17h. Depois, faz a charge para o Diário Catarinense e fim do expediente:
– À noite, tento ler ou assistir a um programa de TV ou filme que me ensine algo a mais. Ou dou uma saidinha, porque ninguém é de ferro.
Estado na telinha
Bobeou, Zé Dassilva enfia alguma citação à Santa Catarina – principalmente a Criciúma – em seus roteiros. E quando não é ele, são os amigos:
Malhação (2011) – Uma garota diz ao goleiro Maicon (Marcelo Melo Junior) que sempre irá amá-lo, independentemente de ele jogar no Barcelona ou no Criciúma. Na mesma temporada, um personagem sai da trama dizendo que está indo morar na cidade catarinense.
Os Caras de Pau (2011) – Um piloto de avião está depressivo e quer causar um acidente. Marcius Melhem e Leandro Hassum dizem para ele ficar feliz, pensar em coisas legais, tipo futebol. Ele então se lembra que torce para o Criciúma e aí mesmo é que tenta derrubar a aeronave.
– A ideia foi do Marcius, eu nem trabalhava lá ainda – diz Zé.
Império (2015) – Xana (Ailton Graça) dizia que foi zagueiro quando jovem e quase jogou no Tigre. Em outro capítulo, a periguete Tuane (Nanda Costa) fala que na barraca de camelô do namorado vende capinha de celular “até do Criciúma”.
Malhação (2015) – Há um garoto que torce para o Criciúma. Segundo Zé, “amigos que fizeram”.
Zorra (2015) – O comandante de avião diz aos passageiros que, naquele momento, estão sobrevoando Criciúma. Outra feita pelos camaradas de Zé Dassilva.